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Oposição síria denuncia 1,3 mil mortes em ataque químico

Tropas de Bashar al-Assad teriam lançado gás sarin em reduto rebelde no subúrbio da capital Damasco. ONU está no país para avaliar uso de armas químicas

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A oposição na Síria denunciou nesta quarta-feira 21 a morte de mais de 1,3 mil civis devido ao uso de armas químicas pelas tropas do regime do presidente Bashar al-Assad. O ataque teria sido executado pelo exército nos arredores de Damasco, deixando dezenas de crianças entre os mortos.

Segundo as fontes da oposição, centenas de pessoas morreram ao inalar gás e ficar expostas às armas químicas. Foguetes com agentes tóxicos teriam sido lançados no subúrbio da capital síria, na região de Ghouta ocidental e oriental.

O regime de Bashar al-Assad negou a denúncia e o exército alegou que o ataque foi forjado para encobrir as perdas dos rebeldes nos últimos meses. “As alegações de uso de armas químicas pelo exército sírio em áreas da província de Damasco são nulas, vazias e totalmente infundadas”, afirmou o exército em uma declaração lida por um oficial na televisão estatal. A Rússia, principal aliada do governo Assad, pediu investigações da ONU, mas atribuiu o ataque aos rebeldes, que estariam tentando, segundo Moscou, provocar uma intervenção internacional.

Vídeos e fotos divulgados na internet mostram diversas pessoas, inclusive crianças, em desespero ao serem atingidas. Algumas parecem ter convulsões e outras soltam espuma pela boca. Segundo Bayan Baker, enfermeira de um hospital na região, muitas das vítimas eram mulheres e crianças. “Eles chegaram com as pupilas dilatadas, as extremidades frias e espuma na boca. Os médicos disseram que esses são sintomas típicos de intoxicação por gás sarin.”

Os Comitês de Coordenação Local (LCC), uma rede de militantes, também informaram sobre centenas de vítimas devido ao “uso brutal de gases tóxicos pelo regime criminoso em partes de Ghouta Ocidental”.

Em vídeos postados no YouTube, outro grupo ativista, a Comissão Geral da Revolução Síria, mostra o que classifica de “terrível matança cometida pelas forças do regime com gases tóxicos”. É possível ver crianças recebendo os primeiros socorros em um hospital de campanha, especialmente oxigênio para ajudá-los a respirar. Médicos aparecem tentando ressuscitar crianças inconscientes que não mostram ferimentos visíveis. A autenticidade dos vídeos não pôde ser comprovada, porque a presença da imprensa é restrita no país.

A oposição pediu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para tratar do que classificou de chacina. “Peço ao Conselho de Segurança que realize uma reunião urgente para assumir suas responsabilidades ante esta matança”, afirmou Ahmad Jarba, chefe oposicionista, ao canal Al-Arabiya. Uma missão da ONU na Síria para avaliar o uso de armas químicas no país iniciou seus trabalhos na terça-feira 21, mas para ir até Ghouta precisa da autorização do governo Assad.

O Reino Unido reagiu afirmando que vai levar ao Conselho de Segurança as alegações da oposição. O ministro das Relações Exteriores, William Hague, disse estar profundamente preocupado com as informações. O presidente francês, François Hollande, também vai pedir que a ONU apure o caso.

Com informações AFP e Deutsche Welle.

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