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Oposição denuncia quase 700 mortos em protesto contra o governo na Tanzânia

A nação do leste da África está mergulhada em violentas manifestações desde as eleições gerais da última quarta-feira

Oposição denuncia quase 700 mortos em protesto contra o governo na Tanzânia
Oposição denuncia quase 700 mortos em protesto contra o governo na Tanzânia
Policiais tanzanianos detêm um homem acusado por autoridades eleitorais de tentar fraudar o processo de votação em uma seção em Stone Town, em 29 de outubro de 2025, durante as eleições presidenciais da Tanzânia. As urnas abriram em 29 de outubro de 2025 nas eleições da Tanzânia, nas quais os principais candidatos da oposição foram presos ou impedidos de concorrer, com grupos de direitos humanos denunciando uma "onda de terror". Foto: MARCO LONGARI / AFP
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Quase 700 pessoas morreram durante protestos contra o governo na Tanzânia, informou nesta sexta-feira 31 o principal partido de oposição do país. A nação do leste da África está mergulhada em violentas manifestações desde as eleições gerais de quarta-feira.

As eleições presidenciais e legislativas neste país de 68 milhões de habitantes ocorreram sem oposição, já que os dois principais adversários da chefe de Estado, Samia Suluhu Hassan, foram presos ou impedidos de concorrer.

Os resultados das eleições ainda não foram divulgados.

Um jornalista da AFP ouviu intensos disparos na quarta-feira em Dar es Salaam, a capital econômica do país, enquanto centenas de pessoas protestavam e incendiavam uma delegacia de polícia. As manifestações se espalharam por todo o país.

“Neste momento, o número de mortos em Dar es Salaam é de cerca de 350 e há mais de 200 em Mwanza [no norte]. Se somarmos os números de outras partes do país, chegamos a um total de cerca de 700 mortos”, disse à AFP John Kitoka, porta-voz do partido Chadema.

Uma fonte de segurança forneceu à AFP um número semelhante.

Um pesquisador da Anistia Internacional entrevistado pela AFP disse ter recebido informações indicando pelo menos 100 mortes na Tanzânia nos últimos dois dias.

A presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan. Foto: Michael JAMSON / AFP

As autoridades cortaram a internet, o que dificulta a coleta de dados, acrescentou ele.

Diversos hospitais e centros de saúde se recusaram a falar com a AFP em meio ao crescente temor gerado pelas autoridades, que não divulgaram nenhum número de mortos.

Apesar do confinamento imposto em Dar es Salaam, centenas de pessoas protestaram nas ruas da cidade nesta sexta-feira, disseram à AFP John Kitoka e uma fonte de segurança.

Os manifestantes protestam contra Suluhu Hassan, que sucedeu o ex-presidente John Magufuli após sua morte em 2021 e concorre à reeleição. Inicialmente, ela foi elogiada por flexibilizar as restrições impostas por seu antecessor. No entanto, depois foi acusada de reprimir duramente qualquer crítica ao seu governo.

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