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Oposição da Venezuela denuncia prisão de líder do partido Vontade Popular

O general da reserva e opositor, Antonio Rivero, foi preso após o governo divulgar um vídeo, no qual ele supostamente instrui estudantes para protestar depois das eleições presidenciais venezuelanas

Antonio Rivero durante entrevista à AFP em Caracas, em setembro de 2010.
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CARACAS (AFP) – Um integrante do partido opositor venezuelano Vontade Popular, o general da reserva Antonio Rivero, foi detido pela polícia venezuelana depois que o governo divulgou um vídeo, no qual ele supostamente instrui estudantes para protestar após as eleições de 14 de abril.

Ex-diretor de Proteção Civil entre 2003 e 2008, Rivero foi detido “por volta do meio-dia” de sábado 27 após participar de uma reunião com o ministro do Interior, Miguel Rodríguez. A reunião pretendia esclarecer os “apontamentos” contra ele, afirmou o líder do Vontade Popular, Leopoldo López, durante entrevista coletiva.

“Antonio, que não tem absolutamente nada que esconder, se deslocou ao lugar marcado para a reunião e, para sua surpresa, era uma emboscada e ele foi detido de forma ilegítima, ilegal e covarde”, relatou López, que anteriormente denunciou a detenção em sua conta no Twitter.

Em um comunicado feito no sábado, a promotoria confirmou a detenção e indicou que Rivero será apresentado nas “próximas horas” a um “tribunal de controle por sua suposta vinculação com atos de violência ocorridos no país”.

Anteriormente, o secretário-executivo adjunto da MUD, Ramón José Medina, informou através do microblog Twitter que Rivero estava no “Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional), incomunicável e não dizem de que é acusado”.

“Denunciamos perante o país a detenção ilegal, injustificada e ilegítima de Antonio Rivero. Nós nos pronunciaremos nas próximas horas”, escreveu em sua conta no Twitter Leopoldo López, dirigente nacional do Vontade Popular, que faz parte da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).

A detenção, que não foi confirmada pelas autoridades, ocorreu depois que o ministro do Interior, Miguel Rodríguez, difundiu, na quinta-feira, um vídeo em que Rivero, ex-diretor da Proteção Civil, supostamente aparece dando instruções a alguns jovens em uma mobilização na praça Altamira (leste de Caracas), no dia seguinte às eleições presidenciais.

Os protestos da oposição, em repúdio aos resultados das eleições, vencidas pelo presidente Nicolás Maduro por uma estreita margem sobre o líder da oposição Henrique Capriles, deixaram nove mortos e dezenas de feridos, segundo números da promotoria.

Após a difusão do vídeo, Rivero, que no passado teve boas relações com o chavismo para depois denunciar a presença de militares cubanos nas Forças Armadas da Venezuela, repudiou as afirmações argumentando que o governo busca “criminalizar qualquer ação de protesto”.

A partir de suas denúncias sobre a presença de militares cubanos no país, Rivero foi acusado em agosto de 2010 pela suposta prática dos delitos de “ultraje” às Forças Armadas e revelação de informações militares secretas, mas seu julgamento permanece pendente.

O ministro também anunciou na quinta-feira a captura de um suposto agente de inteligência americano, identificado como Timothy Hallet Tracy, por supostamente financiar grupos de estudantes venezuelanos para gerar violência na Venezuela após as eleições.

Leia mais em AFP Movel.

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