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Oposição boliviana pede para investigar partido do governo por ligações com supostos traficante

Senadores e deputados do Acreditamos, liderados pelo governador de direita da região leste de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, enviaram uma nota ao TSE “para que inicie imediatamente uma investigação de ofício”

Foto: Jorge Bernal/AFP
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Três grupos de oposição na Bolívia pediram nesta sexta-feira (1º) ao Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) a retirada do status legal do partido no poder, devido ao suposto recebimento de fundos de um argentino suspeito de tráfico de drogas.

Os partidos Comunidade Cidadã e Acreditamos e o conglomerado civil Conade solicitaram separadamente ao TSE a abertura de uma investigação de ofício e privar o Movimento pelo Socialismo (MAS), liderado pelo ex-presidente Evo Morales, de sua personalidade jurídica.

Senadores e deputados do Acreditamos, liderados pelo governador de direita da região leste de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, enviaram uma nota ao TSE “para que inicie imediatamente uma investigação de ofício”.

Também solicitaram que se procedesse “ao cancelamento do status legal da organização política MAS”.

A base das acusações é uma denúncia feita esta semana pelo deputado governista Rolando Cuéllar, próximo ao presidente Luis Arce, mas crítico ferrenho de Morales.

Cuéllar afirmou que o vice-presidente do MAS, Gerardo García, enviou em janeiro de 2017 uma nota de agradecimento a “Miguel Angel Salazar Yavi” por “suas grandes contribuições econômicas” desde 2014.

Segundo o deputado, “Miguel Angel Salazar Yavi” era na verdade o argentino José Miguel Farfán, que foi preso na Bolívia em 2019 e entregue ao seu país, onde era procurado por tráfico de drogas.

A denúncia de Cuéllar afirma que o MAS “teria recebido financiamento com recursos de ‘origem ilícita'”, segundo os opositores. O MAS nega as acusações.

Separadamente, legisladores da Comunidade Cidadã, um partido liderado pelo ex-presidente centrista Carlos Mesa (2003-2005), exigiram uma investigação e que “o partido no poder seja legalmente cancelado”.

“Não se pode receber financiamento de recursos ilícitos”, disse a deputada Luisa Nayar.

“Como é possível que uma organização política tenha recebido recursos do tráfico de drogas”, questionou o líder do Conade, Manuel Morales, que pediu ao TSE “que abra uma investigação urgente”.

O Conade (Comitê Nacional de Defesa da Democracia) promoveu a renúncia de Evo Morales em 2019.

O congressista do MAS Juanito Angulo negou as alegações de Cuéllar.

“Rejeitamos veementemente a afirmação do senhor Cuéllar de que recebemos financiamento de alguém ligado ao tráfico de drogas”, afirmou.

No partido governista há uma forte luta interna por espaços de poder na administração pública.

Após o recebimento das denúncias, o TSE deve decidir se abre ou não inquérito. Por enquanto, ainda não se pronunciou sobre o caso.

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