Mundo
ONU pede investigação russa ‘independente’ sobre ‘crime’ contra opositores
Alexei Navalny, desafeto do governo de Putin, foi envenenado na Rússia e está sendo tratado em Berlim
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, exigiu nesta terça-feira 08 uma “investigação profunda, transparente, independente e imparcial” por parte das autoridades russas sobre o “crime muito grave” cometido contra o opositor Alexei Navalny, envenenado na Rússia.
Citada em um comunicado, Bachelet disse que “negar a necessidade de uma investigação completa, independente, imparcial e transparente sobre essa tentativa de assassinato não constitui uma resposta adequada”.
“Cabe às autoridades russas investigar em profundidade quem foi o responsável por esse crime muito grave cometido em solo russo”, acrescentou.
Bachelet disse ainda que agentes neurotóxicos como o Novichok – que especialistas alemães afirmam ter sido usado para envenenar Navalny – e Polônio-210 são substâncias sofisticadas extremamente difíceis de se obter. “Isso levanta muitas questões”, apontou.
“Por que usar substâncias como essas? Quem as usa? Como as conseguiram?”, completou. Ao ser questionado sobre os culpados, durante uma entrevista coletiva da ONU, em Genebra, o porta-voz de Bachelet, Rupert Colville, disse que “não estar em posição de fazer acusações diretas”.
Navalny, de 44 anos, o principal oponente do Kremlin, está sendo tratado em Berlim após ser transferido da Sibéria, na Rússia. A Alemanha e outros países ocidentais acusam as autoridades russas de envenenamento.
O Novichok é um agente neurotóxico projetado na época soviética para uso militar. As autoridades russas negam qualquer envolvimento neste episódio.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.


