O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, anunciou nesta quinta-feira 18 a escolha do general Carlos Alberto dos Santos Cruz para liderar uma missão de “apuração dos fatos” na guerra da Ucrânia.
O comunicado foi realizado em uma conversa de Guterres com jornalistas, ao lado do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, na cidade de Lviv.
Guterres destacou a passagem de Santos Cruz pelo comando de duas missões de paz das Nações Unidas, a Minustah, no Haiti, e a Monusco, na República Democrática do Congo. Em nota, a ONU se referiu ao ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro (PL) como “oficial respeitado com mais de 40 anos de experiência em segurança pública e militar”.
Ao jornal O Globo, o general disse não ter tido dúvidas ao aceitar a missão. Segundo ele, a primeira fase é resolver “questões burocráticas”.
“Sem dúvida nenhuma, eu aceitei [a missão]”, declarou. “É uma missão de extrema importância, além de muito complexa e sensível, mas sei da competência dos profissionais que integram as missões da ONU e tenho absoluta certeza de que a qualidade do grupo será de altíssimo nível.”
O trabalho de Santos Cruz estará focado na explosão do centro de detenção de Olenivka, na região de Donestk, em 29 de julho. O incidente deixou dezenas de mortos. A Rússia e a Ucrânia trocam acusações sobre a autoria do crime.
O chefe da ONU considerou a ocorrência como “inaceitável” e disse que a Cruz Vermelha deverá ter acesso aos detentos. A criação da missão ocorre a pedido dos dois países oponentes.
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