Mundo
ONU diz estar ‘muito preocupada’ com endurecimento da política migratória nos EUA
Biden ordenou nesta terça-feira novas restrições à entrada de migrantes com o objetivo de fortalecer a fronteira entre os EUA e o México


A agência da ONU para os refugiados afirmou, nesta terça-feira (4), que está “muito preocupada” com as restrições à entrada de migrantes anunciada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, e instou Washington a reconsiderar sua decisão.
O democrata de 81 anos ordenou nesta terça novas restrições à entrada de migrantes com o objetivo de fortalecer a fronteira entre os Estados Unidos e o México.
Com essa medida drástica, Biden tenta lidar com uma de suas grandes fraquezas em sua batalha pela reeleição contra o republicano Donald Trump.
A ordem executiva, anunciada apenas cinco meses antes das eleições, proíbe que os migrantes que entram ilegalmente no país solicitem asilo, em um momento em que o número de travessias ultrapassa 2.500 por dia, e facilita sua deportação para o México.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) “está muito preocupado com as novas medidas de asilo anunciadas hoje pelos Estados Unidos, que impõem duras restrições ao direito de solicitar asilo no país”, declarou a entidade em um comunicado.
“As novas medidas negarão o acesso ao asilo a muitas pessoas que precisam de proteção internacional e que agora ficarão sem uma opção viável para buscar segurança”, acrescentou.
“Qualquer pessoa que alegue ter temores fundamentados de ser perseguida em seu país de origem deve ter acesso a um território seguro” e tem o direito de que “essa alegação seja avaliada antes de ser sujeita a deportação ou expulsão”, continuou a agência da ONU.
“Pedimos aos Estados Unidos que cumpram suas obrigações internacionais e instamos o governo a reconsiderar as restrições que prejudicam o direito fundamental de solicitar asilo”, disse no comunicado.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Biden acredita que Netanyahu continua guerra em Gaza por conveniência
Por AFP
A pergunta sobre vítimas de ataques israelenses em Gaza que ‘ofendeu’ porta-voz de Biden
Por CartaCapital