Mundo

ONU denuncia ‘execuções extrajudiciais’ nos ataques dos EUA a embarcações no Caribe e Pacífico

Pelo menos 62 pessoas foram mortas em bombardeios ordenados por Donald Trump

ONU denuncia ‘execuções extrajudiciais’ nos ataques dos EUA a embarcações no Caribe e Pacífico
ONU denuncia ‘execuções extrajudiciais’ nos ataques dos EUA a embarcações no Caribe e Pacífico
Donald Trump observa o secretário de Defesa Pete Hegseth em um evento na Casa Branca. Foto: Jim WATSON / AFP
Apoie Siga-nos no

As Nações Unidas instaram, nesta sexta-feira 31, os Estados Unidos a cessarem os ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico, condenando os incidentes como “execuções extrajudiciais”.

Nas últimas semanas, pelo menos 62 pessoas morreram no Caribe e no Pacífico em ataques armados realizados por Washington contra embarcações que, segundo o governo americano, pertenceriam ao tráfico de drogas.

Parentes das vítimas afirmam que algumas delas eram apenas pescadores.

“Esses ataques, com seu crescente custo humano, são inaceitáveis”, escreveu o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, em um comunicado.

“Os Estados Unidos devem pôr fim a tais ataques e tomar todas as medidas necessárias para evitar as execuções extrajudiciais de pessoas a bordo dessas embarcações, independentemente de qualquer suposta atividade criminosa”, acrescentou.

Türk enfatizou que esses indivíduos morreram “em circunstâncias que não têm justificativa sob o direito internacional”.

As operações ocorrem em um contexto de tensão crescente entre os Estados Unidos e a Venezuela.

Washington apresenta seus ataques e a mobilização aérea e naval no Caribe como parte de uma estratégia contra os cartéis latino-americanos, que classificou como organizações “terroristas”.

O governo Trump chegou a autorizar operações da CIA na Venezuela e acusa o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de estar por trás do tráfico de drogas para os Estados Unidos.

“Enfrentar a grave questão do tráfico ilegal de drogas através das fronteiras internacionais é (…) uma questão de aplicação da lei, regida pelos limites rigorosos que a legislação internacional dos direitos humanos impõe ao uso da força letal”, observou Türk.

“O uso intencional da força letal só é permitido como último recurso contra indivíduos que representam uma ameaça iminente à vida”, enfatizou.

Nesse sentido, o alto comissário afirmou que “com base nas informações muito limitadas divulgadas publicamente pelas autoridades americanas, nenhum dos indivíduos a bordo das embarcações atacadas parecia representar uma ameaça iminente à vida de outras pessoas”.

Portanto, Türk pediu “investigações rápidas, independentes e transparentes sobre esses ataques”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo