Mundo
OMS exige cessar-fogo imediato no Sudão após massacre em maternidade que deixou mais de 460 mortos
A cidade de El-Fasher foi capturada no domingo 26 pelas Forças de Apoio Rápido (FSR), grupo paramilitar comandado pelo general Mohamed Daglo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta quarta-feira 29 um cessar-fogo urgente no Sudão, após relatos do assassinato de mais de 460 pessoas — entre pacientes e acompanhantes — em uma maternidade na cidade de El-Fasher, tomada por forças paramilitares no fim de semana.
“Estamos consternados e profundamente chocados com as informações sobre esse massacre”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Cessar-fogo já!”, acrescentou.
A cidade de El-Fasher foi capturada no domingo 26 pelas Forças de Apoio Rápido (FSR), grupo paramilitar comandado pelo general Mohamed Daglo. Com isso, os paramilitares passaram a controlar toda a região de Darfur, no oeste do país — uma área que representa cerca de um terço do território sudanês.
A FSR também domina partes do sul, enquanto o exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, mantém o controle do norte, leste e centro do país, devastado por mais de dois anos de guerra.
Retorno dos massacres
Especialistas alertam para o risco de uma nova divisão territorial no Sudão e para o retorno dos massacres que marcaram Darfur nos anos 2000, em confrontos entre milícias e o governo.
A OMS reforçou que “todas as agressões contra unidades de saúde devem cessar imediatamente e sem condições”. A organização exige proteção integral para pacientes, profissionais e instalações médicas, conforme determina o direito humanitário internacional.
Desde o início do conflito, em abril de 2023, a OMS registrou 185 ataques contra estruturas de saúde, que resultaram em 1.204 mortes e 416 feridos. Só em 2025, foram 49 ataques, com 966 mortos — sem contar o massacre na maternidade de El-Fasher.
(Com AFP)
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.


