Mundo

OMS em alerta por aumento de mortes por Covid-19 na Europa

Além da maior transmissibilidade da variante delta, o ‘relaxamento excessivo’ das restrições e viagens determinaram parte do aumento

Foto: SILVIO AVILA/AFP
Apoie Siga-nos no

A Europa poderá registrar 236.000 mortos adicionais pela pandemia da Covid-19 até 1º de dezembro – afirmou o diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, nesta segunda-feira, manifestando sua preocupação com o estancamento do ritmo de vacinação.

“Na semana passada, o número de mortos na região aumentou 11%, com uma projeção confiável que prevê 236.000 mortos na Europa até 1º de dezembro”, que se somarão ao 1,3 milhão de óbitos registrados até agora no Velho Continente, declarou Kluge em entrevista coletiva.

Os países da região registraram taxas mais elevadas de infecção desde o surgimento da variante delta, mais contagiosa principalmente entre pessoas não vacinadas.

Dos 53 Estados-membros da região, 33 relataram um aumento de mais de 10% na incidência de casos em duas semanas, destacou, enquanto a taxa de vacinação se desacelerou.

Além da maior transmissibilidade da variante delta, o “relaxamento excessivo” das restrições e viagens de verão determinaram parte desse aumento.

Outro fator seria a diminuição da taxa de vacinação. “Nas últimas seis semanas”, esse ritmo “caiu 14%, devido à falta de acesso às vacinas em alguns países, e a uma falta de aceitação das vacinas, em outros”, destacou Kluge, que pediu que se aumente a capacidade de produção dos imunizantes e sua distribuição.

Embora cerca de 75% dos profissionais de saúde na Europa como um todo estejam vacinados, em alguns países da região este percentual é de apenas 10%, de acordo com a OMS.

Nos países europeus de baixa e média renda, apenas 6% de seus habitantes estão totalmente imunizados, alertou, lembrando que a OMS recomendou 80% de cobertura para virar a página da pandemia.

Segundo dados dessa agência, em oito meses, em torno de 850 milhões de doses foram administradas na região, que se estende até a Ásia Central.

Grandes disparidades

Na região, pelo menos 413,26 milhões de pessoas estão totalmente vacinadas (44,2% do total), de acordo com a contagem da AFP nesta segunda-feira.

Mundialmente, 5,239 milhões de doses foram distribuídas. Pelo menos 216,3 milhões de pessoas adoeceram de Covid-19 em todo o mundo e cerca de 4,5 milhões morreram desde dezembro de 2019, de acordo com este balanço elaborado a partir de fontes oficiais.

Quanto a uma terceira dose, a OMS solicitou um prazo para permitir que os países pobres se abasteçam com vacinas.

“Uma terceira dose pode ser necessária no futuro para grupos populacionais e/ou ambientes específicos. No entanto, são necessários mais dados sobre o momento e a dosagem ideais do reforço, que podem diferir dependendo da vacina”, disse um porta-voz da OMS Europa.

Para Kluge “é fundamental que a população aceite ser vacinada”, até porque as medidas de saúde pública e sociais foram flexibilizadas em vários locais.

“O ceticismo em relação às vacinas e a negação à ciência impedem a estabilização dessa crise, não ajudam a ninguém”, acrescentou.

No início do ano letivo, os Estados-membros devem desenvolver uma estratégia de vacinação para manter o ensino presencial, que é considerado vital.

Deveria ser proposta “a vacina contra Covid-19 a professores e funcionários de escolas no âmbito dos planos nacionais de imunização”, disseram a OMS e a Unicef Europa em um comunicado nesta segunda-feira.

Na Europa, há grandes disparidades nas restrições. Na França, por exemplo, a necessidade do passaporte de saúde foi estendida nesta segunda-feira a 1,8 milhão de trabalhadores em contato com o público, seja em restaurantes, cinemas, museus ou ferrovias. Até agora era obrigatório apenas para clientes.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo