Mundo

OMS anuncia reforma e demissões após EUA cortar financiamento

A agência de saúde das Nações Unidas tem se preparado para a retirada total prevista dos Estados Unidos, tradicionalmente seu maior contribuinte

OMS anuncia reforma e demissões após EUA cortar financiamento
OMS anuncia reforma e demissões após EUA cortar financiamento
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. Foto: Fabrice Coffrini/AFP
Apoie Siga-nos no

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta terça-feira 22, que os cortes de fundos dos Estados Unidos deixaram esta agência da ONU com um enorme déficit orçamentário, obrigando-a a reduzir operações e demitir pessoal.

“A perda repentina de receita nos deixou com um grande déficit salarial e sem outra opção a não ser reduzir a escala de nosso trabalho e pessoal”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus aos Estados-membros, segundo uma transcrição de sua declaração.

A agência de saúde das Nações Unidas tem se preparado para a retirada total prevista dos Estados Unidos, tradicionalmente seu maior contribuinte, no próximo mês de janeiro.

O governo do presidente Donald Trump também se recusou a pagar as cotas acordadas para 2024 e 2025, além de praticamente congelar toda a ajuda externa dos EUA, incluindo a destinada a projetos de saúde ao redor do mundo.

Outros países também reduziram sua ajuda externa.

Diante desta situação, a OMS tem refletido sobre uma nova estrutura organizacional, que Tedros apresentou nesta terça-feira a seus funcionários e aos Estados-membros.

“A recusa dos Estados Unidos em pagar suas contribuições proporcionais para 2024 e 2025, combinada com as reduções da ajuda oficial ao desenvolvimento de alguns outros países, significa que enfrentaremos um déficit salarial para o biênio 2026-27 de 560 a 650 milhões de dólares” (3,2 bilhões a 3,7 bilhões de reais, na cotação atual), reconheceu.

A faixa mais baixa dessa estimativa “representa cerca de 25% das despesas com pessoal” atualmente, indicou, mencionando, porém, que “isso não significa necessariamente um corte de 25% no número de postos”.

O diretor-geral não especificou quantos empregos serão perdidos, mas disse que se espera que o impacto mais significativo seja sentido na sede da organização em Genebra.

“Estamos reduzindo a equipe da alta administração na sede de 12 para 7, e o número de departamentos será reduzido pela metade, de 76 para 34”, afirmou Tedros. “São decisões muito dolorosas para todos nós”, acrescentou.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo