Mundo

O tabefe na truculência israelense e na diplomacia dos EUA

Ao reconhecer a Palestina, a ONU cria a possibilidade de um país com direitos soberanos. Mas…

Um dia após a votação na ONU favorável a uma Palestina observadora, o premier israelense anunciou a construção de 3 mil casas em Jerusalém Leste e na Cisjordânia, territórios Palestinos ocupados..Foto: ©AFP/Arquivo / Jack Guez
Apoie Siga-nos no

O voto de 138 países favoráveis ao reconhecimento da Palestina como Estado observador da ONU é um passo crucial para a solução de criação de “dois Estados”, um hebreu, o outro Palestino, baseado nas fronteiras de 1967.

Trata-se de uma transparente vitória para Mahmoud Abbas, o chefe da Autoridade Palestina. E, ao mesmo tempo, a votação na ONU na quinta-feira 29 representa um tabefe na truculenta Israel e na ambígua diplomacia na região por parte de Washington.

E não poupemos Barack Obama, eleito para um segundo mandato em grande parte graças ao lobby judeu nos EUA. Donde a ambígua diplomacia estadunidense no Oriente Médio.

Nesse recente caso, houve, como sempre, um punhado de países subservientes ao decadente império com sede em Washington, e mais outros que se abstiveram na votação na ONU, em Nova York.  Todos pelo mesmo motivo: a costumeira covardia.

O reconhecimento da Palestina, composta pela Cisjordânia e Faixa de Gaza, pela Assembleia-Geral das Nações Unidas na quinta-feira não tem um status elevado, diga-se.

A Palestina, em suma, não passa a ser um Estado a integrar a ONU. Mas, por outro lado, não é mais uma “entidade”, e sim um “Estado observador”. Interessante, aliás, essa condição de “observador”. O que os palestinos observam?

Israel, desde sua criação em 1948, não deu grande importância em resolver a situação da criação de dois Estados. E o país encontra-se cada vez mais isolado. No recente conflito entre Israel contra o Hamas, na Faixa de Gaza, os países árabes apoiaram Gaza.

O Hamas, diga-se, não reconhece Israel, e é radical. Trata-se de uma legenda responsável por atos de terrorismo, e, nesse contexto, pode, apesar de defender um bando de coitados aprisionados na Faixa (leia prisão) de Gaza, ser condenado pela chamada “comunidade internacional”, terminologia que deveria ser abandonada visto que se refere aos pendores dos norte-americanos e europeus.

No entanto, o Hamas ataca um poderoso país também responsável por atos de genocídio contra seu povo. E agora, como Estado observador, a Palestina tem o direito de recorrer ao Tribunal Penal Internacional nos casos de genocídio cometidos contra seu povo por parte de Israel.

Como dito acima, o vencedor da aceitação pela ONU da Palestina como Estado “observador” reponde por Abbas. O presidente da Autoridade Palestina aceita, ao contrario do Hamas, o Estado de Israel. Ele quer negociar a paz.

Numerosos habitantes de Gaza pensam como Abbas. Acreditam que a  melhor solução seja a criação de dois Estados.

E Abbas, que, ao contrário de Israel e do Hamas diz não ao terrorismo, poderia ser a solução para a criação de dois Estados, um islâmico, o outro judeu.

Mas, por outro lado, Israel teria de se desfazer de seus falcões. Um deles, a influenciar o premier conservador Benjamin Natanyahu contra acordos com palestinos, é o reacionário Avigdor Lieberman, ministro do Exterior de Israel.

E mesmo Netanyahu é um político suspeito em termos de negociações de paz. Eke diz, por exemplo, que a decisão da ONU (ao aceitar a Palestina como Estado) “não muda nada”.

Netanyahu insiste, como Lieberman, que a única solução para a paz são “negociações diretas”.

Mas que líder palestino pode negociar – e obter concessões – com Netanyahu e Lieberman?

O conflito-mor global, a dividir o mundo árabe e muçulmano de Israel, continua.

O voto de 138 países favoráveis ao reconhecimento da Palestina como Estado observador da ONU é um passo crucial para a solução de criação de “dois Estados”, um hebreu, o outro Palestino, baseado nas fronteiras de 1967.

Trata-se de uma transparente vitória para Mahmoud Abbas, o chefe da Autoridade Palestina. E, ao mesmo tempo, a votação na ONU na quinta-feira 29 representa um tabefe na truculenta Israel e na ambígua diplomacia na região por parte de Washington.

E não poupemos Barack Obama, eleito para um segundo mandato em grande parte graças ao lobby judeu nos EUA. Donde a ambígua diplomacia estadunidense no Oriente Médio.

Nesse recente caso, houve, como sempre, um punhado de países subservientes ao decadente império com sede em Washington, e mais outros que se abstiveram na votação na ONU, em Nova York.  Todos pelo mesmo motivo: a costumeira covardia.

O reconhecimento da Palestina, composta pela Cisjordânia e Faixa de Gaza, pela Assembleia-Geral das Nações Unidas na quinta-feira não tem um status elevado, diga-se.

A Palestina, em suma, não passa a ser um Estado a integrar a ONU. Mas, por outro lado, não é mais uma “entidade”, e sim um “Estado observador”. Interessante, aliás, essa condição de “observador”. O que os palestinos observam?

Israel, desde sua criação em 1948, não deu grande importância em resolver a situação da criação de dois Estados. E o país encontra-se cada vez mais isolado. No recente conflito entre Israel contra o Hamas, na Faixa de Gaza, os países árabes apoiaram Gaza.

O Hamas, diga-se, não reconhece Israel, e é radical. Trata-se de uma legenda responsável por atos de terrorismo, e, nesse contexto, pode, apesar de defender um bando de coitados aprisionados na Faixa (leia prisão) de Gaza, ser condenado pela chamada “comunidade internacional”, terminologia que deveria ser abandonada visto que se refere aos pendores dos norte-americanos e europeus.

No entanto, o Hamas ataca um poderoso país também responsável por atos de genocídio contra seu povo. E agora, como Estado observador, a Palestina tem o direito de recorrer ao Tribunal Penal Internacional nos casos de genocídio cometidos contra seu povo por parte de Israel.

Como dito acima, o vencedor da aceitação pela ONU da Palestina como Estado “observador” reponde por Abbas. O presidente da Autoridade Palestina aceita, ao contrario do Hamas, o Estado de Israel. Ele quer negociar a paz.

Numerosos habitantes de Gaza pensam como Abbas. Acreditam que a  melhor solução seja a criação de dois Estados.

E Abbas, que, ao contrário de Israel e do Hamas diz não ao terrorismo, poderia ser a solução para a criação de dois Estados, um islâmico, o outro judeu.

Mas, por outro lado, Israel teria de se desfazer de seus falcões. Um deles, a influenciar o premier conservador Benjamin Natanyahu contra acordos com palestinos, é o reacionário Avigdor Lieberman, ministro do Exterior de Israel.

E mesmo Netanyahu é um político suspeito em termos de negociações de paz. Eke diz, por exemplo, que a decisão da ONU (ao aceitar a Palestina como Estado) “não muda nada”.

Netanyahu insiste, como Lieberman, que a única solução para a paz são “negociações diretas”.

Mas que líder palestino pode negociar – e obter concessões – com Netanyahu e Lieberman?

O conflito-mor global, a dividir o mundo árabe e muçulmano de Israel, continua.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo