O clima nos últimos dias na Ucrânia era espantosamente calmo, apesar das conversas sobre a guerra. A primeira neve do inverno cobriu Kiev. Muitos moradores ainda comemoravam o Natal ortodoxo, celebrado em 7 de janeiro, ou tinham viajado durante o feriado. Bares e restaurantes tocavam Let It Snow, com Dean Martin, enquanto os pinheiros na Praça da Independência pareciam uma mini-Nárnia.
Claro, a Rússia poderia invadir a qualquer momento. Mas, como ressaltam os ucranianos cansados, o país está em guerra há oito longos anos, desde que Vladimir Putin anexou a Crimeia e provocou um conflito brutal no leste da nação, que já custou quase 14 mil vidas. O ciberataque na madrugada de sexta-feira 14 a sites do governo foi apenas o último de uma série de atos hostis. O que fazer no caso de uma operação militar de Moscou: ficar, fugir ou lutar? O consenso, ao menos segundo pesquisas, é de que um terço da população está pronta para pegar em armas. No bairro elegante de Podil, com mansões art déco, um novo grafite dizia: “Saiam, russos!”
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