Mundo
O que se sabe sobre os 16 ataques de guerrilheiros na Colômbia
O episódio, que envolveu drones e explosivos, causou três mortes. A nova onda de violência ocorre apenas três dias após um atentado contra o pré-candidato à Presidência, Miguel Uribe
Três pessoas morreram, nesta terça-feira 10, em 16 ataques de guerrilheiros que lançaram disparos, drones e explodiram carros-bomba no sudoeste da Colômbia, informaram autoridades.
A região é reduto de dissidentes do extinto grupo guerrilheiro Farc, em guerra com o governo do presidente Gustavo Petro.
Os ataques ocorreram após um atentado no sábado em Bogotá contra o senador e pré-candidato presidencial Miguel Uribe, ferido por três tiros.
O político de 39 anos recebe tratamento intensivo em uma clínica na capital e seu estado de saúde é estável, mas crítico, segundo médicos.
O general Carlos Triana, superintendente da Polícia Nacional, disse que ataques “indiscriminados” foram registrados nos departamentos de Valle del Cauca e Cauca.
Em declarações à rádio La FM, Triana afirmou que dois agentes e um civil morreram. A polícia registrou pelo menos três feridos.
Um dos policiais mortos estava em Cali, a terceira maior cidade da Colômbia, onde os ataques tiveram as delegacias como alvo.
Os outros ocorreram em municípios como Jamundí, na vizinha Cali, Corinto e em Buenaventura, o mais importante porto colombiano no Pacífico.
Na maioria dos ataques, foram registrados apenas danos materiais até o momento.
“Insanos”
Os atos marcam o aniversário da morte, pela polícia em 2022, do guerrilheiro conhecido como Mayimbú disse o general Triana, que descreveu os eventos como “insanos”.
Um fotógrafo da AFP em Corinto viu um carro destruído em frente a um estabelecimento comercial com danos estruturais.
Os rebeldes que operam no sudoeste do país seguem ordens do principal líder dissidente do país, conhecido como Iván Mordisco.
Nomeado Estado-Maior Central (EMC), o grupo frequentemente ataca policiais e a população, especialmente nesta região e na Amazônia. Também controla plantações de folha de coca, o principal componente da cocaína, em Cauca e no Vale do Cauca.
Autoridades declararam recentemente que estão perto de localizar Mordisco, que aparentemente está se deslocando pela Amazônia após ser ferido em uma operação do exército.
Acredita-se que ele esteja usando os ataques para distrair os militares.
Petro compara esse guerrilheiro e traficante de drogas ao lendário chefão da cocaína Pablo Escobar.
Sua organização participou dos diálogos de paz com o presidente de esquerda, mas em abril de 2024, Mordisco abandonou as negociações.
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