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O que esperar da participação de Javier Milei na reunião de cúpula do G20 no Rio
Presidente argentino enviou carta a Lula confirmando presença no evento, programado para os dias 18 e 19 de novembro
O presidente da Argentina, Javier Milei, deverá comparecer à reunião da cúpula do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. Na última segunda-feira 14, o argentino enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmando a presença.
Ainda não há confirmação sobre um eventual encontro bilateral entre Lula e Milei, mas a presença do autodenominado ‘libertário’ poderá ser uma sinalização positiva, em termos de relação diplomática, ao Brasil. Vale destaque para o fato de que o Brasil é o principal destino das exportações argentinas.
Milei é um crítico contumaz do governo Lula, ao qual atribui a pecha de “corrupto”. No último mês de julho, por exemplo, Milei faltou a uma reunião de cúpula do Mercosul, desagradando a Lula e a outros presidentes do bloco.
Recentemente, porém, o governo argentino contou com o apoio da diplomacia brasileira depois que o seu corpo diplomático foi expulso de Caracas, na Venezuela, por ordem do presidente Nicolás Maduro.
De olho na China
O encontro do G20 também poderá ser uma oportunidade para Milei se aproximar da China, algo que parecia improvável há pouco tempo.
Árduo defensor das relações com os Estados Unidos, Milei já tinha dado mostras de que o seu governo marcaria uma distância do país sul-americano com os chineses, mas, recentemente, chamou o país ocidental de “sócio comercial muito interessante”.
“Me surpreendi muito agradavelmente com a China. É um sócio comercial muito interessante, porque não exige nada. A única coisa que pedem é que não os incomode”, disse Milei, em entrevista.
Acordo Mercosul-UE
Outro eixo importante da visita de Milei ao Brasil é a possibilidade de avanço no acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, cujas negociações se arrastam há anos.
Recentemente, o embaixador argentino em Brasília, Guillermo Daniel Raimondi, reconheceu que “há um desafio bilateral entre Argentina e Brasil”, mas, por outro lado, “um multilateral entre os dois países para defenderem questões comerciais vinculantes, com premissas econômicas, ambientais e sociais”. Para ele, “as negociações entre os dois blocos estão muito avançadas”.
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