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O que diz o relatório de inteligência que coloca a China como a maior ameaça militar aos EUA
O documento foi divulgado nesta terça-feira pela gestão de Donald Trump
A China é a principal ameaça aos interesses globais dos Estados Unidos, segundo um relatório de inteligência americano divulgado na terça-feira 25, que faz um alerta sobre os avanços nas capacidades militares e cibernéticas de Pequim.
“A China representa a ameaça militar mais abrangente e robusta à segurança nacional dos Estados Unidos”, afirma a Avaliação Anual de Ameaças elaborada pelas agências de inteligência americanas.
O país asiático, no entanto, é mais “prudente” do que Rússia, Irã e Coreia do Norte para não parecer “muito agressivo e disruptivo”, destaca o documento.
O relatório anual compila as informações das principais agências de inteligência do país sobre as ameaças de segurança representadas tanto por nações estrangeiras como por organizações criminosas.
Os autores apontam que “a pressão coercitiva” da China contra Taiwan e “as amplas operações cibernéticas contra alvos americanos” são indicadores da crescente ameaça de Pequim.
A diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, disse em uma audiência no Senado que a “China é nosso competidor estratégico mais capaz” com base na inteligência atual.
“O Exército chinês está desenvolvendo capacidades avançadas como armas hipersônicas, aviões furtivos, submarinos de ponta, ativos mais fortes para a guerra espacial e cibernética e um arsenal mais amplo de armas nucleares”, afirmou.
O relatório prevê que a China continuará expandindo “suas atividades de coerção e de influência maligna subversiva” para enfraquecer os Estados Unidos internamente e no plano internacional.
As autoridades chinesas buscam contra-atacar o que consideram “uma campanha liderada pelos Estados Unidos para minar as relações globais de Pequim e derrubar” o governante Partido Comunista.
Além da China, o relatório analisa as ameaças aos Estados Unidos representadas por Rússia, Coreia do Norte, Irã e “criminosos transnacionais não estatais”, como os cartéis de drogas mexicanos e grupos extremistas islamistas.
Pequim não comentou o tema.
Plano de guerra
O documento oficial foi divulgado poucos dias depois de um suposto plano de guerra com a China ser apresentado ao empresário Elon Musk, que comanda o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) do governo Donald Trump. O texto, segundo o jornal The New York Times, traria informações detalhadas sobre como os EUA devem agir em um hipotético conflito campal com o país asiático.
O governo norte-americano confirmou a reunião de Musk com autoridades no Pentágono, mas negou que o documento ultrassecreto tenha sido apresentado ao empresário, que, convém dizer, tem interesses econômicos na disputa comercial entre EUA e China.
(Com informações de AFP)
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