Mundo
O pouso da China na lua muda o jogo
A missão chinesa foi conduzida pela necessidade de demonstrar seu poder. Confira mais no editorial do Observer
O sucesso da missão chinesa Chang’e 3 de pouso na lua deve ser recebido como uma vitória científica. Colocar um pacote de instrumentos em segurança na superfície lunar só foi alcançado por dois outros países, os Estados Unidos e a antiga União Soviética. Como ilustração de sua florescente perícia tecnológica, a China não poderia ter-se saído melhor – apesar de o vasto investimento necessário para alcançar esse objetivo levantar uma pergunta óbvia: por que viajar até a lua, afinal?
Existem várias respostas. Para começar, a lua é rica em minérios que poderão um dia nos fornecer matérias-primas já esgotadas na Terra. A lua também é um bom lugar para se testar as tecnologias necessárias para explorar outros mundos mais distantes. São bons motivos para fazer viagens à lua, embora nenhum deles fosse uma das razões centrais da China. Seu principal objetivo era muito mais simples. Na missão Chang’e 3, ela mostrou ao mundo, e à Ásia em particular, que hoje é uma potência tecnológica de grande alcance. Para um país que começou a flexionar os músculos militares, sua presença em outro mundo demonstra perfeitamente sua capacidade nacional. Devemos tomar nota.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.