Mundo
O polêmico acordo firmado por Pedro Sánchez para permanecer no poder na Espanha
Extrema-direita organiza manifestações contrárias ao diálogo entre o socialista e o separatista catalão Carles Puigdemont
O presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, conquistou nesta quinta-feira 9 o apoio do partido do separatista catalão Carles Puigdemont, movimento indispensável para o socialista voltar a tomar posse como chefe do Executivo. Em troca, Sánchez concordou com uma polêmica lei de anistia.
Após semanas de intensas negociações, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), de Sánchez, e o Junts per Catalunya (JxCat), de Puigdemont, assinaram um acordo em Bruxelas. O separatista foi para a Bélgica após o fracasso da tentativa de separar a Catalunha da Espanha em 2017.
Os sete deputados da JxCat votarão por devolver o poder a Sánchez, provavelmente na semana que vem. O prazo final é de 27 de novembro – após esta data, seriam convocadas novas eleições.
Em troca do apoio do JxCat, Sánchez aceitou a exigência do partido de promover uma lei de anistia para os líderes e militantes separatistas processados pela Justiça espanhola, principalmente por seu envolvimento na tentativa de secessão da Catalunha.
Conforme o acerto, as duas partes iniciarão debates sobre o “reconhecimento nacional da Catalunha”. O partido de Puigdemont já anunciou que exigirá mais uma vez a organização de um referendo de autodeterminação.
Puigdemont afirmou que o acordo é uma etapa promovida para contribuir com a resolução de um conflito histórico, mas ponderou que a estabilidade do novo governo Sánchez dependerá das tratativas.
“Sem acordos, sem cumprimento, a legislatura não tem caminho”, declarou.
Enquanto isso, a direita e a extrema-direita acusam Sánchez de estar disposto a qualquer atitude para permanecer no poder. Manifestações foram convocadas por extremistas para protestar contra a medida, e uma delas, realizada em frente à sede do Partido Socialista em Madrid, terminou em confrontos com a polícia.
Organizações próximas ao partido de extrema-direita Vox também convocaram um novo protesto para a noite desta quinta, contra o que chamam de “golpe de Estado”.
(Com informações da AFP)
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