A assustadora ascensão da extrema-direita na Europa é um tema familiar para o qual os políticos progressistas e a mídia liberal costumam alertar. Uma onda revolucionária de apoio a partidos nacionalistas, eurocéticos e culturalmente intolerantes foi prevista após o referendo do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, de 2016 e a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos. Ela nunca se concretizou. O sucesso eleitoral dos social-democratas de centro-esquerda da Alemanha no ano passado e os reveses da Alternativa para a Alemanha, de extrema-direita, sugeriram que as forças da reação atravessavam um momento de recuo. Depois veio o segundo turno das eleições presidenciais da França, quando Marine Le Pen, do Rassemblement National, obteve um recorde de 13,3 milhões de votos, mais de 41% do total.
A lição mais ampla a ser extraída de tais flutuações é que os esforços para discernir tendências distintas em toda a Europa podem ser enganosos. O comportamento eleitoral em diferentes países é influenciado por personalidades, eventos, calendário, questões regionais, lealdades partidárias e sistemas eleitorais. No fim, toda política é local. Dito isto, os partidos populistas de extrema-direita são um problema pan-europeu que diz respeito a todos os democratas. Um terreno comum e conjunções ideológicas podem ser encontrados, por exemplo, entre a Suécia, no extremo norte da Europa, e a Itália, no sul do Mediterrâneo. Em ambos, os partidos de direita radical estão em alta.
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