Mundo

O futuro dos Estados Unidos

‘Mago’ das previsões indica Senado democrata, Casa dos Representantes republicana e presidência completamente indefinida

Pessoas observam cartazes de Obama e Romney em Boca Raton, na Flórida, onde ocorre o debate desta segunda-feira 22
Apoie Siga-nos no

Eduardo Graça, de Nova York, para a Carta Capital

Conhecido como o ‘doutor bola de cristal’, por acertar com impressionante regularidade o resultado das eleições nos EUA, o analista político Kyle Kondik, principal estrela do prestigiado Centro de Política da Universidade da Virgínia, em entrevista coletiva a pouco mais de duas semanas da população ir às urnas para decidir se o presidente merece um segundo mandato e qual partido terá maioria nas duas casas do Congresso, aposta na manutenção do status quo no Legislativo e na decisão da batalha entre Barack Obama e Mitt Romney em quatro estados: Virgínia, Novo Hampshire, Wisconsin e Colorado. Para Obama se reeleger em novembro, ele precisa assegurar ao menos um dos três estados acima. Romney precisa vencer os quatro. “A disputa, no momento, está equilibradíssima. E uma nova onda a favor de um ou outro candidato é o único fator, hoje, que pode alterar significativamente nossa previsão de que os democratas perderão apenas uma cadeira no Senado, mantendo o controle da casa, e os republicanos perderão sete cadeiras na Câmara dos Representantes, seguindo ainda com uma boa maioria na câmara baixa do legislativo americano. Seja quem for o presidente, podemos esperar mais um Congresso complicado, com chances quase nulas de aprovação de leigslação mais significativa, como a reforma da Imigração”.

Kondik apontou o primeiro debate, realizado em Colorado, como o real definidor da batalha presidencial, gerando um aumento de confiança no eleitor republicano e  um claro crescimento nas pesquisas de Mitt Romney. Para ele, o encontro derradeiro entre os dois oponentes, na Flórida, na segunda-feira, deverá ser o menos importante em termos eleitorais. “Será um debate centrado em política externa, um tema pouco atraente para a maioria dos americanos. No entanto, como a disputa está acirrada ao extremo, como não se via desde 2000, quando George Bush e Al Gore disputaram votoa  voto, não podemos excluir o debate na Flórida da matemática eleitoral, ainda que tudo indique ter uma influência menor do que a dos dois primeiros debates”, disse.

O mago da Universidade da Virgínia disse que, no Senado, só considera seis disputas indefinidas – Arizona, Connecticut, Indiana, Dakota do Norte, Nevada e Wisconsin. Ele foi o primeiro analista de peso a apontar um claro vencedor para algumas das disputas mais emblemáticas das eleições de 2012 nos EUA, mais notadamente em Massachusetts, onde aponta a liberal Elizabeth Warren como favorita para tirar a antiga cadeira de Ted Kennedy do atual senador, o republicano Scott Brown. A eleição tem importância simbólica, pois a eleição especial de Brown, por conta da morte de Kennedy, foi considerada o estopim para os movimentos anti-Obama que se espalharam pelo país em 2009 e 2010. Ele também é pioneiro entre seus pares a afirmar que a centrista Claire McCaskill, uma das mais próximas parceiras de Obama no Senado, vencerá o desafiante, o deputado republicano Todd Akin, famoso por ter questionado, em plena campanha, o direito de aborto para mulheres em gravidez gerada por estupro. As outras três disputas apertadas que ele arrisca sugerir um vencedor são Montana (vitória do republicano Danny Rehberg), Ohio (com o liberal democrata Sherrod Brown se reelegendo) e em sua Virgínia natal, onde dois ex-governadores extremamente populares se enfrentam e o democrata centrista Tim Kaine deve prevalescer. “É importante notar que em estados com briga acirrada pelo Senado onde uma polarização grande também ocorre entre os dois candidatos à presidência, um resultado pode afetar o outro. Em uma eleição que será decidida pelo ânimo nas ruas, já que o número de indecisos é pequeno, as candidaturas estão invariavelmente interligadas. Um aumento nos votos ao ex-governador George Allen para o senado na Virgínia, por exemplo, provavelmente significará uma expansão da vantagem de Mitt Romney no estado, o mesmo valendo para a dobradinha Kaine-Obama”.

Eduardo Graça, de Nova York, para a Carta Capital

Conhecido como o ‘doutor bola de cristal’, por acertar com impressionante regularidade o resultado das eleições nos EUA, o analista político Kyle Kondik, principal estrela do prestigiado Centro de Política da Universidade da Virgínia, em entrevista coletiva a pouco mais de duas semanas da população ir às urnas para decidir se o presidente merece um segundo mandato e qual partido terá maioria nas duas casas do Congresso, aposta na manutenção do status quo no Legislativo e na decisão da batalha entre Barack Obama e Mitt Romney em quatro estados: Virgínia, Novo Hampshire, Wisconsin e Colorado. Para Obama se reeleger em novembro, ele precisa assegurar ao menos um dos três estados acima. Romney precisa vencer os quatro. “A disputa, no momento, está equilibradíssima. E uma nova onda a favor de um ou outro candidato é o único fator, hoje, que pode alterar significativamente nossa previsão de que os democratas perderão apenas uma cadeira no Senado, mantendo o controle da casa, e os republicanos perderão sete cadeiras na Câmara dos Representantes, seguindo ainda com uma boa maioria na câmara baixa do legislativo americano. Seja quem for o presidente, podemos esperar mais um Congresso complicado, com chances quase nulas de aprovação de leigslação mais significativa, como a reforma da Imigração”.

Kondik apontou o primeiro debate, realizado em Colorado, como o real definidor da batalha presidencial, gerando um aumento de confiança no eleitor republicano e  um claro crescimento nas pesquisas de Mitt Romney. Para ele, o encontro derradeiro entre os dois oponentes, na Flórida, na segunda-feira, deverá ser o menos importante em termos eleitorais. “Será um debate centrado em política externa, um tema pouco atraente para a maioria dos americanos. No entanto, como a disputa está acirrada ao extremo, como não se via desde 2000, quando George Bush e Al Gore disputaram votoa  voto, não podemos excluir o debate na Flórida da matemática eleitoral, ainda que tudo indique ter uma influência menor do que a dos dois primeiros debates”, disse.

O mago da Universidade da Virgínia disse que, no Senado, só considera seis disputas indefinidas – Arizona, Connecticut, Indiana, Dakota do Norte, Nevada e Wisconsin. Ele foi o primeiro analista de peso a apontar um claro vencedor para algumas das disputas mais emblemáticas das eleições de 2012 nos EUA, mais notadamente em Massachusetts, onde aponta a liberal Elizabeth Warren como favorita para tirar a antiga cadeira de Ted Kennedy do atual senador, o republicano Scott Brown. A eleição tem importância simbólica, pois a eleição especial de Brown, por conta da morte de Kennedy, foi considerada o estopim para os movimentos anti-Obama que se espalharam pelo país em 2009 e 2010. Ele também é pioneiro entre seus pares a afirmar que a centrista Claire McCaskill, uma das mais próximas parceiras de Obama no Senado, vencerá o desafiante, o deputado republicano Todd Akin, famoso por ter questionado, em plena campanha, o direito de aborto para mulheres em gravidez gerada por estupro. As outras três disputas apertadas que ele arrisca sugerir um vencedor são Montana (vitória do republicano Danny Rehberg), Ohio (com o liberal democrata Sherrod Brown se reelegendo) e em sua Virgínia natal, onde dois ex-governadores extremamente populares se enfrentam e o democrata centrista Tim Kaine deve prevalescer. “É importante notar que em estados com briga acirrada pelo Senado onde uma polarização grande também ocorre entre os dois candidatos à presidência, um resultado pode afetar o outro. Em uma eleição que será decidida pelo ânimo nas ruas, já que o número de indecisos é pequeno, as candidaturas estão invariavelmente interligadas. Um aumento nos votos ao ex-governador George Allen para o senado na Virgínia, por exemplo, provavelmente significará uma expansão da vantagem de Mitt Romney no estado, o mesmo valendo para a dobradinha Kaine-Obama”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo