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Novos vídeos mostram como Pelosi e outros líderes reagiram à invasão do Capitólio em 2021

‘Se ele vier, vou dar um soco nele’, disse a presidenta da Câmara sobre Trump, no dia do ataque

Registro de Nancy Pelosi e Charles Schumer em 6 de janeiro de 2021. POOL/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP
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Vídeos até então inéditos exibidos nas últimas horas por emissoras norte-americanas oferecem uma nova dimensão do que ocorreu nos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021, dia em que manifestantes de extrema-direita insuflados por Donald Trump invadiram o prédio do Capitólio, a sede do Poder Legislativo, em Washington, DC.

Àquela altura, o então presidente e seus partidários tentavam, de todas as formas, impedir a certificação da vitória de Joe Biden na eleição presidencial de 2020. O republicano estava com seus dias na Casa Branca contados e insistia em alegações infundadas sobre fraude eleitoral. Nenhuma irregularidade foi demonstrada.

As “novas” gravações vieram à tona no momento em que a comissão parlamentar que analisa o papel de Trump na invasão ao Capitólio decidiu, por unanimidade, intimar o ex-presidente a comparecer diante dos membros do colegiado.

O papel da CPI, formada por sete democratas e dois republicanos, é lançar luz sobre o comportamento de Trump antes, durante e depois do ataque à sede do Legislativo.

As imagens revelam que enquanto os manifestantes de extrema-direita procediam com a tomada do Capitólio, a presidenta da Câmara, Nancy Pelosi, se abrigava em um local seguro e tentava assumir o controle de uma resposta.

“Tem de haver uma maneira”, disse ela aos colegas, “de manter a sensação das pessoas de que há alguma segurança ou alguma confiança de que o governo pode funcionar e de que você pode eleger o presidente dos Estados Unidos”.

Na sequência, uma voz não identificada afirma que parlamentares no plenário da Câmara haviam começado a colocar máscaras de gás lacrimogêneo, em preparação para um ataque.

Além de Pelosi, os vídeos exibem outros líderes democratas e republicanos ansiosos e indignados com a situação que se desenrolava. É possível ver, por exemplo, o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, negociar com governadores a ida da Guarda Nacional ao Capitólio.

“Enquanto o presidente assistia de sua sala de jantar ao ataque sangrento, membros do Congresso e outros funcionários do governo entraram no gigantesco vácuo de liderança criado pela constante passividade do presidente naquele dia”, disse em sessão da CPI, na quinta-feira 13, o deputado democrata Jamie Raskin, de Maryland.

Posteriormente, naquele 6 de janeiro, Pelosi foi informada de que o Serviço Secreto havia dissuadido Trump da ideia de ir ao Capitólio, o que poderia ampliar as proporções do ataque ao Legislativo.

“Se ele vier, vou dar um soco nele”, respondeu Pelosi. “Eu estive esperando por isso. Vou dar um soco nele por invadir o terreno do Capitólio. E eu vou para a cadeia e serei feliz.”

Desde sua criação, a CPI já interrogou mais de mil testemunhas, incluindo dois filhos de Trump, e passou pente fino em dezenas de milhares de documentos. Espera-se que o relatório seja divulgado no final deste ano, após as eleições legislativas de 8 de novembro.

Membros do colegiado sugeriram abertamente que o Secretário de Justiça, Merrick Garland, acuse Trump formalmente pelo ataque ao Capitólio.

As imagens até aqui inéditas foram gravadas pela documentarista Alexandra, filha de Pelosi, e transmitidas durante a sessão de quinta na CPI.

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