Mundo

Novo veto dos EUA a cessar-fogo em Gaza gera indignação no Conselho de Segurança da ONU

Os outros 14 membros do Conselho apoiaram a resolução, iniciada em agosto, em resposta à declaração oficial de fome extrema em Gaza

Novo veto dos EUA a cessar-fogo em Gaza gera indignação no Conselho de Segurança da ONU
Novo veto dos EUA a cessar-fogo em Gaza gera indignação no Conselho de Segurança da ONU
O presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Foto: SAUL LOEB / AFP
Apoie Siga-nos no

Os Estados Unidos vetaram novamente, nesta quinta-feira 18, no Conselho de Segurança da ONU, uma resolução de cessar-fogo na Faixa de Gaza, o que gerou indignação entre os Estados-membros que não querem abrir mão de tentar influir na guerra entre Israel e Hamas.

Os outros 14 membros do Conselho de Segurança apoiaram a resolução, iniciada em agosto, em resposta à declaração oficial de fome extrema em Gaza pela ONU, após quase dois anos de guerra no território palestino.

“Os Estados Unidos rejeitam esta resolução inaceitável. Já passou da hora de o Hamas libertar cada um dos reféns e se render imediatamente. Os Estados Unidos continuarão trabalhando com seus parceiros para pôr fim a este conflito horrível”, disse Morgan Ortagus, enviada de Washington às Nações Unidas, antes do veto americano.

“Esta resolução não reconhece a realidade sobre o terreno, o fato de que houve um aumento significativo do fluxo de ajuda humanitária”, justificou ela.

Por sua vez, o embaixador israelense Danny Danon denunciou que o projeto “não condenava o Hamas”, e acrescentou: “Isto não é diplomacia, é capitulação.”

A votação ocorreu enquanto tanques e aviões israelenses bombardeavam a Cidade de Gaza, alvo de uma nova e importante ofensiva israelense, forçando os palestinos a fugirem para o sul.

O texto da resolução exigia “um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente em Gaza, respeitado por todas as partes”, assim como a libertação imediata e incondicional dos reféns.

Os Estados Unidos rejeitaram esta proposta em várias ocasiões, sendo a mais recente em junho passado, quando exerceu seu veto para apoiar Israel.

O veto desta quinta provocou a ira dos Estados-membros que não querem desistir de exercer sua influência neste assunto, apesar dos repetidos vetos americanos.

É um “momento sombrio” para este Conselho, lamentou o embaixador paquistanês Asim Iftikhar Ahmad. “O mundo está olhando. O choro das crianças deveria partir nossos corações, a angústia das mães deveria abalar nossa consciência”, acrescentou.

“Perdoem-nos porque este Conselho não pôde salvar seus filhos”, disse, por sua vez, o embaixador da Argélia, Amar Bendjama, ao se dirigir à população de Gaza. “Perdoem-nos porque o mundo fala de direitos, mas nega os seus, os de vocês, palestinos”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo