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Novo Parlamento sem governo à vista em Israel

As negociações para formar um governo estão em ponto morto e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na mira da justiça por suposta corrupção

O presidente de Israel Reuven Rivlin junto com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu Foto: MENAHEM KAHANA / AFP
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O novo Parlamento israelense formado após as legislativas de 17 de setembro se reúne nesta quinta-feira 3 pela primeira vez em um ambiente político tenso, já que as negociações para formar um governo estão em ponto morto e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na mira da justiça por suposta corrupção.

Os 120 deputados do Knesset, o Parlamento israelense, se reunirão em Jerusalém em meio a essa paralisia política que as eleições de setembro, as segundas do ano, não conseguiram resolver e com uma pergunta no ar: quem será o próximo primeiro-ministro?

 

Netanyahu e seu rival, o general Benny Gantz, têm 55 e 54 assentos, respectivamente, somando os deles e os dos partidos que os apoiam. Ou seja, nenhum deles atinge os 61 assentos necessários para formar um governo.

O presidente Reuven Rivlin encarregou Netanyahu a tentar formar um governo de união, algo que ele ainda não conseguiu.

As discussões entre o Likud, de Netanyahu, e a formação Azul e Branco, de Gantz, não avançam, já que os dois líderes querem ser primeiro-ministro.

O primeiro-ministro voltou-se então para Avigdor Lieberman, seu ex-ministro da Defesa que deixou o governo no ano passado.

Mas Lieberman, líder do partido Israel Beiteinu, não quer fazer parte de um governo com formações judaicas ultraortodoxas, aliadas de Netanyahu, nem com os partidos árabes que apoiam Gantz.

“Este país não tem tempo a perder. Vamos nos reunir, vamos ver se podemos chegar a um acordo sério”, pediu Netanyahu na quarta-feira.

E Lieberman, cujo partido tem oito assentos, concordou em se reunir com Netanyahu nesta quinta-feira.

Mas as chances de chegar a um acordo são pequenas, porque Lieberman aposta em um governo de união com o Likud e o Azul e Branco e sem os religiosos judeus nem os partidos árabes.

Os partidos árabes são a terceira força política mais votada, com um total de 13 cadeiras. Neste dia de estreia do Parlamento, no entanto, eles não estarão presentes.

Os deputados preferiram participar de uma manifestação perto de Nazaré, a cidade árabe mais importante de Israel, para denunciar a violência e a discriminação contra a população árabe de Israel, que representa 20% da população.

Enquanto isso, no ministério da Justiça, o procurador-geral Avichai Mandelblit continuará ouvindo os advogados de Netanyahu em um escândalo de corrupção que atinge o primeiro-ministro.

Netanyahu é suspeito de ter concedido favores ao chefe do grande grupo israelense de telecomunicações Bezeq em troca de uma cobertura favorável em seu meio digital Walla, que também pertencia ao mesmo empresário

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