Mundo

Novo ataque armado deixa seis mortos e seis feridos no Equador

Ao que tudo indica, tratou-se de um acerto de contas entre gangues, segundo o chefe de polícia do distrito sul da cidade

Novo ataque armado deixa seis mortos e seis feridos no Equador
Novo ataque armado deixa seis mortos e seis feridos no Equador
Militares em frente a prisão de Guayaquil, no Equador, em 14 de abril de 2023. Foto: Str/AFP
Apoie Siga-nos no

Um novo ataque armado, o segundo em junho, ocorreu nesta segunda-feira 19 nas ruas de Guayaquil, a cidade equatoriana mais atingida por crimes ligados ao narcotráfico, deixando pelo menos seis mortos e seis feridos.

Ao que tudo indica, tratou-se de um acerto de contas entre gangues, que deixou “como resultado lamentável seis pessoas mortas e seis feridas, que agora estão estáveis”, disse à AFP o chefe de polícia do distrito sul de Guayaquil, coronel Marcelo Castillo.

Há duas semanas, cinco pessoas morreram, incluindo um policial, e outras oito ficaram feridas quando três homens abriram fogo em uma casa em Guayaquil.

Esse tipo de ataque se tornou frequente no Equador, principalmente em Guayaquil, em meio a uma guerra pelo poder entre as gangues de traficantes, que disputam mercados e rotas de drogas nas ruas e nas prisões, deixando um rastro de cadáveres, alguns desmembrados e pendurados em pontes.

Castillo relatou que, durante a madrugada desta segunda-feira, em um bairro populoso do sul da cidade, mais de dez pessoas estavam “na via pública bebendo”, quando “chegou um veículo preto e umas quatro ou cinco pessoas saíram” para atirar.

“São puras retaliações por atos de violência anteriores. Eles se matam sem piedade”, acrescentou. 

“Alvos” de grupos criminosos

Os confrontos entre gangues do narcotráfico levaram a massacres sangrentos nas prisões do país, que deixaram mais de 420 detentos mortos desde fevereiro de 2021.

O Equador, localizado entre a Colômbia e o Peru – os maiores produtores mundiais de cocaína –, apreendeu cerca de 100 toneladas de drogas durante o primeiro semestre de 2023, ante pouco mais de 200 toneladas em 2022 e o recorde anual de 210 toneladas em 2021.

O chefe de polícia informou que um dos mortos no novo ataque armado tem “antecedentes (criminais) por associação ilícita em 2022”, enquanto um dos feridos estava envolvido com o tráfico de drogas.

“Há pessoas que estão fora da lei e grupos criminosos já os têm como alvo”, disse o coronel, lembrando que no local do crime foram encontrados “132 indícios balísticos entre armas longas e armas curtas”.

Em abril, cerca de trinta homens armados abriram fogo no meio de um porto de pesca artesanal, deixando nove mortos. As autoridades informaram que o ataque ocorrido em Esmeraldas (noroeste e fronteira com a Colômbia) se deve a disputas entre gangues por aquela área estratégica.

Naquele mesmo mês, em Guayaquil, cerca de dez pessoas – incluindo uma menina de 5 anos – foram baleadas enquanto assistiam a uma partida de futebol.

Assim como as mortes violentas, os sequestros e as extorsões também aumentaram no outrora pacífico Equador, onde a taxa de homicídios passou de 14 por 100.000 habitantes em 2021 para 25 no ano passado. As autoridades estimam que existam mais de 13 organizações criminosas no país de 18,3 milhões de habitantes.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo