Donald Trump nunca escondeu o desprezo pelos imigrantes. Em 2016, quando foi eleito presidente dos Estados Unidos, usou do terror e da barbárie para dissuadir aqueles que tentavam a sorte no país. Após a inesperada vitória, houve quem acreditasse que as ameaças do líder republicano não passassem de blefe, mas logo na posse provou-se o contrário. Trump alterou o sistema de imigração, limitou as viagens de muçulmanos e criou uma política de “tolerância zero” na fronteira com o México, trajeto da maioria dos migrantes ilegais da América Latina. Encerrou o mandato sem concluir o muro que tanto prometeu na campanha e deixou a Casa Branca à sombra de crianças encarceradas e adoecidas após serem separadas de seus cuidadores.
A gestão tenebrosa e xenófoba poderia ter sido o prelúdio do fim do líder republicano. Trump foi o primeiro presidente na história norte-americana a não se reeleger. Perdeu a eleição de 2020 para Joe Biden e tinha pela frente um futuro repleto de processos judiciais. Mas na política nada é certo e o ódio pelos estrangeiros era um bueiro muito antes da crise migratória, o que dá ao ex-presidente o impulso necessário para voltar à cena.
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