Mundo

Nobel de Medicina premia estudo que impacta no tratamento do câncer

William Kaelin, Gregg Semenza e Peter Ratcliffe analisaram a adaptação das células aos níveis variáveis de oxigênio

Nobel de Medicina premia estudo que impacta no tratamento do câncer
Nobel de Medicina premia estudo que impacta no tratamento do câncer
No telão, William Kaelin e Gregg Semenza, dos EUA, e Peter Ratcliffe, da Grã-Bretanha, os vencedores do Nobel de Medicina 2019 (Foto: Jonathan NACKSTRAND / AFP)
Apoie Siga-nos no

O Prêmio Nobel de Medicina foi atribuído nesta segunda-feira 7 a dois americanos, William Kaelin e Gregg Semenza, e ao britânico Peter Ratcliffe por suas pesquisas sobre a adaptação das células aos níveis variáveis de oxigênio, que abrem perspectivas no tratamento do câncer e da anemia.

O prêmio de Medicina inicia a temporada do Nobel, que prosseguirá nesta terça-feira 8 com o de Física, quarta-feira 9 com o vencedor de Química. Na quinta-feira 10 será a vez de Literatura e na próxima segunda-feira 14 Economia.

Na sexta-feira 11 de outubro, em Oslo, será revelado o nome ou nomes dos premiados com o Nobel da Paz.

Os americanos Kaelin e Semenza e o britânico Ratcliffe venceram o Nobel de Medicina por suas “pesquisas que revelam os mecanismos moleculares produzidos na adaptação das células ao aporte variável de oxigênio” no corpo, destacou a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska em Estocolmo.

“A importância fundamental do oxigênio é conhecida há muitos séculos, mas o processo de adaptação das células às variações do nível de oxigênio foi durante longo tempo um mistério”, explicou a Assembleia.

Estes mecanismos também estão implicados nos tumores, cujo crescimento depende do aporte de oxigênio ao sangue, em particular alguns tipos de caso de progressão rápida, como o de fígado, que consomem tanta energia que queimam todo o oxigênio disponível ao redor deles.

Bloqueio

“Os intensos esforços atualmente em curso em laboratórios universitários e empresas farmacêuticas estão concentrados em desenvolver medicamentos capazes de interferir em diferentes fases de uma patologia, ativando ou bloqueando o mecanismo de captação de oxigênio”, explicou o júri do Nobel.

Kaelin, 61 anos, trabalha no Howard Hughes Medical Institute nos Estados Unidos; Semenza, 63, coordena o programa de pesquisa vascular no John Hopkins Institute de pesquisas sobre engenharia celular; Ratcliffe, 65, é diretor de pesquisa clínica no Francis Crick Institute de Londres e do Target Discovery Institute de Oxford.

Os premiados receberão no dia 10 de dezembro uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de 9 milhões de coroas (830.000 euros, 910.00 dólares), valor que será dividido entre os vencedores.

A data de entrega é o aniversário da morte do inventor sueco Alfred Nobel, que idealizou os prêmios e destinou os fundos para sua criação, ao deixar boa parte de sua grande fortuna para uma fundação que leva seu nome.

Em 2018, o prêmio de Medicina foi concedido ao americano James P. Allison e ao japonês Tasuku Honjo por suas pesquisas sobre a imunoterapia, especialmente eficazes no tratamento de casos de câncer agressivos.

Greta, a favorita ao Nobel da Paz

Na sexta-feira, em Oslo, será revelado um dos prêmios mais aguardados, o Nobel da Paz. A ativista sueca Greta Thunberg, criadora do movimento “Sextas-feiras para o Futuro” contra a mudança climática, é a favorita nas casas de apostas.

Para cada prêmio há muitas especulações, mas qualquer previsão é arriscada, pois as listas de candidaturas permanecem em sigilo por 50 anos.

Para o Nobel da Paz, o comitê norueguês, que entrega o prêmio, registrou este ano 301 candidaturas.

Além disso, o ano de 2019 deve marcar o recomeço da Academia Sueca que entrega o Nobel de Literatura, exposta no ano passado a um escândalo de tráfico de influência e denúncias de agressão sexual.

A academia se viu obrigada a adiar o anúncio do Nobel de 2018 – algo inédito em 70 anos – ante a ausência do quorum necessário após uma série de renúncias.

Por este motivo, na quinta-feira, dia 10, serão anunciados os vencedores do Nobel de Literatura de 2018 e 2019. Alguns nomes são especulados, como a polonesa Olga Tokarczuk, o queniano Ngugi Wa Thiong’o, o albanês Ismail Kadaré, a americana Joyce Carol Oates, e o japonês Haruki Murakami.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo