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Nobel de Física reconhece avanço na computação quântica

Três americanos da Universidade da Califórnia demonstraram que as propriedades da física quântica podem ser concretizadas em escala macroscópica por meio de experiências com um chip

Nobel de Física reconhece avanço na computação quântica
Nobel de Física reconhece avanço na computação quântica
O anúncio dos vencedores do Nobel de Física aconteceu nesta terça-feira – Foto: Jonathan Nackstrand/AFP
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O Prêmio Nobel de Física de 2025 foi concedido ao britânico John Clarke, ao francês Michel Devoret e ao americano John Martinis pela “pela descoberta do efeito túnel macroscópico da mecânica quântica e da quantização da energia em um circuito elétrico”, anunciou a Real Academia Sueca de Ciências nesta terça-feira 7, em Estocolmo.

O trio está baseado nos Estados Unidos. Sua pesquisa abriu caminhos para as tecnologias de base da computação quântica, de sensores de precisão e da criptografia avançada.

A mecânica quântica permite que uma partícula atravesse diretamente uma barreira, utilizando um processo denominado tunelamento, mas quando se trata de um grande número de partículas, os efeitos da mecânica quântica geralmente tornam-se insignificantes, explica a Real Academia Sueca de Ciências.

Os pesquisadores utilizaram uma série de experimentos na década de 1980 para demonstrar que essas propriedades do mundo quântico podem ser aplicadas em uma escala macroscópica, como um chip, o que abriu caminho para o desenvolvimento de tecnologias quânticas como os sensores nos microchips dos computadores.

“O Prêmio Nobel de Física deste ano proporcionou oportunidades para o desenvolvimento da próxima geração de tecnologia quântica, incluindo criptografia quântica, computadores quânticos e sensores quânticos”, dizem os organizadores. Os laureados “contribuíram tanto para benefícios práticos em laboratórios de física quanto para o fornecimento de novas informações para a compreensão teórica do nosso mundo físico”, completou.

Os laureados da Universidade da Califórnia vão receber um prêmio em dinheiro de 11 milhões de coroas suecas (6,1 milhões de reais).

Mais de mil laureados em 123 anos

Em 2024, o Nobel de Física foi concedido ao americano John Hopfield e o canadense Geoffrey Hinton, por “descobertas e invenções fundamentais que possibilitam o aprendizado de máquina (machine learning) com redes neuronais artificiais”.

Em 2023, o prestigioso prêmio da física foi para três cientistas: a franco-sueca Anne L’Huillier, o francês Pierre Agostini e Ferenc Krausz, de origem húngara. Juntos, eles proporcionaram a primeira visão, de uma fração de segundo, no mundo superveloz dos elétrons, através de pulsos luminosos extremamente breves. Essas partículas giram em torno do núcleo dos átomos a alta velocidade, sendo fundamentais para praticamente tudo, da química, física e dispositivos eletrônicos ao funcionamento dos organismos.

Os seis dias de anúncios do Nobel iniciaram-se nesta segunda-feira, com o da Medicina, designado aos americanos Mary E. Brunkow e Fred Ramsdell e ao japonês Shimon Sakaguchi, por diferentes descobertas relacionadas à tolerância imunológica periférica, que impede o sistema imunológico de causar danos ao corpo.

Após o de Física, seguem-se Química, Literatura e, na sexta-feira, o da Paz. Em 13 de outubro, por fim, será anunciado o Nobel da Economia. A cerimônia de entrega está marcada para 10 de dezembro.

Criado pelo inventor sueco Alfred Nobel (1833-1896), com base em sua fortuna pessoal, o prêmio que leva seu nome já foi concedido 628 vezes a 1.015 indivíduos e organizações, alguns mais de uma vez, entre 1901 e 2024.

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