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No G20, Lula cobra que países ricos financiem combate às mudanças climáticas e critica gastos com armas
Segundo o petista, a ‘montanha de dinheiro’ gasta com armamentos poderia ser utilizada para impulsionar o desenvolvimento sustentável e a ação climática
O presidente Lula cobrou mais uma vez o financiamento do combate às mudanças climáticas pelos países ricos, durante seu discurso na abertura da Cúpula do G20, em Nova Délhi, na Índia.
Ele reforçou que o mundo gastou 2,24 trilhões de dólares em armas no ano passado, uma “montanha de dinheiro” que poderia ser utilizada para impulsionar o desenvolvimento sustentável e a ação climática.
“Desde a COP de Copenhague, os países ricos deveriam prover 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento. Essa promessa nunca foi cumprida“, criticou. “De nada adiantará o mundo rico chegar às COPs do futuro vangloriando-se das suas reduções nas emissões de carbono se as responsabilidades continuarem sendo transferidas para o Sul Global. Recursos não faltam.”
A cúpula é o ponto alto das atividades do G20 e marca a reta final da presidência rotativa do bloco, atualmente com a Índia. O Brasil assumirá o comando do grupo em 1º de dezembro.
A presidência rotativa será brasileira até o fim de 2024, quando uma nova cúpula será realizada, no Rio de Janeiro. O encontro está previsto para ocorrer entre 18 e 19 de novembro do ano que vem.
Segundo Lula, o Brasil lançará na presidência do G20 a Força-Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima.
“Queremos chegar na COP 30, em 2025, com uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, assegurando a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas.”
A programação oficial do G20 neste fim de semana prevê pelo menos três sessões temáticas principais, as duas primeiras com a participação de Lula:
- “Um Planeta”, voltada ao debate sobre desenvolvimento sustentável, transição energética, mudanças climáticas, preservação ambiental e emissões de carbono;
- “Uma Família”, para tratar de crescimento inclusivo, progresso nos objetivos de desenvolvimento sustentável, educação, saúde e desenvolvimento liderado por mulheres; e
- “Um Futuro”, sobre transformações tecnológicas, infraestrutura pública digital, reformas multilaterais e o futuro do trabalho.
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