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No 5º dia, Netanyahu recupera força, Gaza segue sob ataque e tensão cresce no Líbano

Desde sábado, dia da agressão do Hamas em território israeelense, cerca de 2,3 mil pessoas morreram

Militares israelenses perto da fronteira con Gaza, em 11 de outubro de 2023. Foto: Jack Guez/AFP
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A violenta retomada do histórico conflito entre o Estado de Israel e o Hamas chega a seu quinto dia, nesta quarta-feira 11, alcançando a marca de 2,3 mil mortos, de ambos os lados e em proporções bastante semelhantes. Conforme os balanços mais recentes, há aproximadamente 1,2 mil mortos no lado israelense e 1,1 mil entre os palestinos.

Nesta quarta, além do bombardeio promovido por Israel na Faixa de Gaza, a comunidade internacional assistiu com atenção ao desenvolvimento dos acontecimentos no norte israelense, perto da fronteira com o Líbano.

No começo da noite, autoridades israelenses emitiram um alerta regional, orientando cidadãos a buscar abrigo devido a uma possível infiltração inimiga vinda do país vizinho. Entretanto, Daniel Hagari, porta-voz do Exército, informou posteriormente que não houve incidentes registrados.

“Foi um erro que estamos investigando”, afirmou Hagari em declaração transmitida pela televisão. Vamos verificar se é uma falha técnica ou um erro humano.”

Ainda assim, a tensão entre os países cresce. O Hezbollah, movimento pró-Irã, e Israel voltaram a trocar disparos nesta quarta, depois de o grupo libanês lançar um ataque com mísseis em represália pela morte de três de seus combatentes em bombardeios israelenses na segunda-feira.

Os episódios das últimas horas reforçaram a preocupação de que um novo flanco se inaugure no conflito, inicialmente restrito a palestinos e israelenses. O Hezbollah tem um potencial militar consideravelmente superior ao do Hamas.

“Estamos observando com preocupação alguns dos ataques com foguetes que cruzam a fronteira norte de Israel vindos do Líbano, que obviamente vêm do Hezbollah”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby.

Outro foco de tensão envolve o provável ataque terrestre de Israel à Faixa de Gaza, que tende a provocar um banho de sangue palestino – a Palestina, vale destacar, não tem capacidade militar para rivalizar com o poderoso exército do Estado judeu.

Na terça-feira, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que as forças do país avançam para uma “ofensiva total” contra a Faixa de Gaza. Em contato com militares, compartilhado nas redes sociais, ele afirmou ter retirado “todas as restrições”.

Desde segunda, Israel impõe um cerco total à Faixa de Gaza, a fim de que nada chegue ao enclave, nem mesmo eletricidade, comida, água ou gás. Em um território de 360 metros quadrados, sobrevivem 2,3 milhões de palestinos, há 16 anos sob bloqueio.

Para ficar de olho:

Unidade na guerra – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o líder da oposição Benny Gantz anunciaram um acordo para formar “um governo de emergência” até o fim do conflito. O governo de extrema-direita ganha fôlego na guerra.

Contenção – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou ter pedido ao governo de Israel que opere na Faixa de Gaza de acordo com o que chamou de “regras de guerra”.

Momento delicado – O Hamas afirmou ter libertado uma refém israelense e seus dois filhos, capturados durante o ataque deflagrado no último sábado.

Quem se responsabiliza? – Segundo o congressista americano Michael McCaul, chefe do Comitê de Relações Exteriores da Câmara de Representantes, o Egito alertou Israel com três dias de antecedência sobre os riscos de um possível ataque do Hamas.

Drama social – Em meio ao cerco de Israel, a única central elétrica da Faixa de Gaza parou de funcionar depois de ficar sem combustível, deixando a região sem energia. A situação atinge diretamente o funcionamento de hospitais, em um momento em que o território continua a ser bombardeado.

Volta para casa – O segundo voo de repatriação da Força Aérea Brasileira está a caminho do Brasil com 214 pessoas, um cachorro e três gatos. O avião decolou de Israel rumo ao Rio de Janeiro às 12h30 de Brasília.

Do outro lado – O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Warley Candeas, declarou que 28 brasileiros querem ser retirados da Faixa de Gaza. A informação foi transmitida a CartaCapital na tarde desta quarta.

Incerteza – O porta-voz internacional do Exército de Israel, Jonathan Conricus, recuou de sua afirmação inicial sobre haver brasileiros entre os reféns do Hamas. “A situação toda é muito fluida neste momento, realmente torcemos para que não haja brasileiros entre os sequestrados”, disse ao jornal Folha de S.Paulo. O Itamaraty investiga.

Números da tragédia – Ao menos 11 trabalhadores da ONU e 30 alunos de centros educacionais das Nações Unidas morreram na Faixa de Gaza desde sábado. Nesta quarta, o governo dos EUA confirmou que pelo menos 22 americanos morreram em Israel após o ataque do Hamas.

Perspectivas – Sem qualquer sinal de cessar-fogo, os EUA dizem estar prontos para enviar o segundo porta-aviões para apoiar Israel, “se necessário”.

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