Mundo
Nicarágua vai transformar a sede da OEA em Manágua em um ‘museu da infâmia’
Após a delegação da organização ser expulsa, o edifício ficou sob a custódia de agentes da polícia
O governo de Daniel Ortega declarou, nesta terça-feira 26, de “utilidade pública” o imóvel que abrigava os escritórios da Organização dos Estados Americanos na Nicarágua. Anunciou também que o edifício será transformado em um museu, após a organização ser expulsa do país.
O edifício que era ocupado pela OEA “foi declarado de utilidade pública e passará para o Estado”, onde, por meio do Instituto de Cultura, será criado “o museu da infâmia”, disse a vice-presidente e porta-voz do governo, Rosario Murillo, durante o seu habitual discurso diário em meios oficiais.
“O que é mais infame que esse ministério de colônias?”, acrescentou Murillo, em referência à organização regional, após confirmar sua “expulsão”, efetuada no domingo.
O edifício de três andares está situado em uma área exclusiva na zona sudeste da capital Manágua, e, após a expulsão da delegação da OEA, ficou sob custódia de agentes da polícia.
No último domingo, a Nicarágua também adiantou sua saída da OEA, da qual já havia antecipado sua retirada em novembro de 2021, depois de a organização regional não reconhecer a eleição de Daniel Ortega para o quarto mandato consecutivo, com seus principais adversários presos.
O chanceler nicaraguense, Denis Moncada, informou que o país estava deixando imediatamente de participar da OEA e que retiraria as credenciais de seus representantes em Washington. “A Nicarágua está expulsando a Organização dos Estados Americanos”, garantiu.
A secretaria geral da OEA havia denunciado no domingo que a ocupação dos seus escritórios era um ato “ilegítimo” e uma violação das normas internacionais. “Seus escritórios, arquivos e documentos gozam da mais absoluta inviolabilidade. Sua violação pelas autoridades nicaraguenses as torna internacionalmente responsáveis por suas consequências”, acrescentou.
A declaração de utilidade pública às instalações da OEA é o último episódio de uma série de acontecimentos nas relações entre Manágua e a organização nos últimos quatro anos, no contexto de uma crise política detonada por protestas antigovernamentais em 2018.
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