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Netanyahu perde prestígio e força política em Israel

Para contrapor seu maior rival político, o premier tentou lançar o escritor Elie Wielsen para a presidência, que se recusou. Por Walter Maierovitch

Netanyahu durante reunião de gabinete em 28 de maio. O todo poderoso político vem perdendo prestígio
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No próximo dia 10, os 120 deputados eleitos em janeiro de 2013 para a Assembleia Nacional de Israel, o Knesset, escolherão o novo presidente do estado hebreu, proclamado em 14 de maio de 1948, em substituição a Shimon Peres, no cargo desde 29 de junho de 2007.

Até agora, seis candidatos concorrem ao cargo de chefe de Estado. A “jogada de mestre” tentada pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, não deu certo e, para ele, resultou desmoralizante e a revelar desespero político.

Pelo Likud, partido de Netanyahu, lançou-se candidato Reuven Rivlin. A candidatura ganhou força e Rivlin é apontado, em levantamento feito junto aos parlamentares votantes, como o provável vencedor: Rivlin rompeu há anos com Netanyahu e se tornou o seu principal inimigo político. Ele havia sido eleito presidente da Assembleia Nacional com o apoio de Netanyahu, mas, na tentativa de reeleição a outro período de quatro anos, teve o premier contra e venceu o candidato apoiado pelo “king Bibi” (rei Bibi).

No desespero, Netanyahu foi buscar, nesta semana em curso, um nome de impacto capaz de vencer Rivlin. E foi atrás do hebreu mais respeitado no mundo, um sobrevivente da Shoà, o escritor Elie Wielsen, prêmio Nobel da paz em 1986. Para tentar cativá-lo, o premier frisou que ele ganharia fácil e colocaria toda uma estrutura de apoio à disposição. A resposta foi rápida: não sou um político. Apenas um escritor. Ao convite digo-lhe “não aceito”.

Os jornais europeus desta quarta-feira 4 contam a jogada de Netanyahu e o seus desespero. Na verdade, Netanyahu fez tudo na “moita”, sem falar com ninguém e não tinha nada estruturado, como afirmou a Wiesel. O desespero de Netanyahu era tamanho a ponto de querer indicar um escritor nascido na Romênia, que vive nos EUA, escreve em francês e nunca morou em Israel.

Dos seis candidatos, duas mulheres podem derrubar o atual favoritismo de Rivlin.

Uma delas, Dália Dornen, foi ex-presidente da Suprema Corte de Justiça. A outra Dália, de sobrenome Yetzinger, presidiu a Assembleia Nacional de 2006 a 2009. Por fora, corre o Nobel de química, Dan Shechtman.

No dia 8 de junho, já com as malas prontas para deixar o cargo de presidente, Shimon Peres, do partido de centro Kadima, estará no Vaticano para, com Francisco e o presidente palestino, orar pela paz na Terra Santa: os dois máximos líderes religiosos do monoteísmo judaico e islâmico condividirão a celebração com o papa.

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