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‘Nepal já’: Dino pede à PF providências sobre ameaças após voto contra Bolsonaro

Segundo o ministro do STF, há uma ‘ação concertada com caráter de incitação’

‘Nepal já’: Dino pede à PF providências sobre ameaças após voto contra Bolsonaro
‘Nepal já’: Dino pede à PF providências sobre ameaças após voto contra Bolsonaro
O ministro do STF Flávio Dino. Foto: Rosinei Coutinho/STF
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O ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino acionou a Polícia Federal, nesta quarta-feira 10, por ter recebido ameaças nas redes sociais após votar pela condenação de Jair Bolsonaro (PL) e dos outros sete réus do núcleo crucial da tentativa de golpe.

Dino  encaminhou ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, diversas publicações ofensivas nas redes que fazem constante alusão ao Nepal. O que, anotou o ministro, “parece sugerir uma ação concertada com caráter de incitação”. Alguns exemplos, sustenta o ministro, caracterizam inclusive o crime de coação no curso do processo.

“Como sabemos, há indivíduos que são conduzidos por postagens e discursos distorcidos sobre processos judiciais, acarretando atos delituosos – a exemplo de ataques ao edifício-sede do STF, inclusive com uso de bombas”, argumentou Dino.

“Nepal dando exemplo do que fazer”, escreveu um internauta ao comentar um vídeo com trecho do voto do ministro no julgamento do golpe. “O Nepal mostrou pra todos nós brasileiros o caminho para acabar com vcs”, disse outro usuário.

Militares do exército perto de restos carbonizados patrulham uma rua em frente à Casa Presidencial incendiada em Katmandu, em 10 de setembro de 2025. Manifestantes incendiaram o parlamento e forçaram o primeiro-ministro a renunciar, na pior onda de violência a atingir a nação himalaia em duas décadas. Foto: PRABIN RANABHAT / AFP

O Nepal viveu nesta semana os protestos mais violentos dos últimos 20 anos, que levaram à renúncia do primeiro-ministro. Na segunda-feira 8, a polícia reprimiu com violência uma onda de manifestações contra a corrupção e uma decisão do governo de bloquear as redes sociais. Os confrontos deixaram 19 mortos e centenas de feridos.

Apesar do restabelecimento das plataformas, da promessa de uma investigação sobre a violência policial e da renúncia de KP Sharma Oli, grupos saquearam edifícios públicos e residências de diversos líderes políticos.

O Parlamento foi incendiado, assim como a Suprema Corte e a residência do então primeiro-ministro. Nesta quarta, o Exército retomou o controle da capital Katmandu.

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