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‘Não existe jogo limpo’, acusa Guaidó antes das eleições regionais na Venezuela

Cerca de 21 milhões de venezuelanos são convocados a eleger 23 governadores e 335 prefeitos, além de legisladores municipais e regionais

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. Foto: Federico Parra/AFP
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O opositor Juan Guaidó denunciou nesta sexta-feira (19) que “não há condições para uma eleição livre e justa na Venezuela”, mas afirmou respeitar os partidos da oposição que decidiram participar do processo de escolha de governadores e prefeitos deste domingo, após anos de boicote.

“Não existe um jogo limpo. Esperamos que as missões de observação que estão na Venezuela apresentem um relatório” que “esclareça todos os abusos”, declarou em um vídeo divulgado nas redes sociais.

Guaidó é reconhecido como presidente do país caribenho por uma centena de países desde 2019, entre eles os Estados Unidos, mas não conseguiu tirar o presidente socialista Nicolás Maduro do poder.

Os principais partidos da oposição apresentaram candidatos para as eleições regionais deste domingo, após se recusarem a participar das eleições presidenciais de 2018, nas quais Maduro foi reeleito, e das legislativas de 2020, que permitiram que o chavismo retomasse o controle do Parlamento.

As eleições contarão com uma missão de observação da União Europeia, que retorna ao país depois de 15 anos, além do Carter Center.

“Eles tentaram consertar um falso dilema”, disse Guaidó. “Votar ou não (…), e a verdade é que não há dilema, há uma certeza: Maduro é e continuará a ser ilegítimo, não reconhecido pelo mundo”.

A oposição, no entanto, está fragmentada. Não houve consenso sobre candidaturas unitárias na maioria das regiões e há setores que mantêm a recusa em ir às urnas.

Guaidó, que segundo sua equipe de trabalho não votará, defendeu “unificar a luta” contra Maduro após as votações e fez questão de buscar um acordo nas negociações empreendidas pelo governo e pela oposição no México, paralisadas desde a extradição para os Estados Unidos do empresário colombiano Alex Saab, próximo ao governante chavista.

Na terça-feira passada, Kevin O’Reilly, subsecretário adjunto para as Américas do Departamento de Estado americano, disse que as eleições regionais venezuelanas não reúnem as condições para serem “justas ou livres”.

Mais cedo, nesta sexta-feira, o duas vezes candidato à presidência da Venezuela Henrique Capriles pediu à oposição um “reencontro” com o voto nas eleições regionais.

“Há quatro anos que não voto, a minha última votação foi em 2017 e no domingo vou votar (…) Não deixem de votar, acho que temos que reencontrar esse direito e é isso que vou fazer fazer e tenho certeza que milhões de venezuelanos também o farão”, disse ele durante uma entrevista coletiva em Caracas.

Capriles defende, assim como Guaidó, a reunificação da oposição.

“O adversário não é (Juan) Guaidó, nem qualquer outra liderança das forças democráticas, o adversário é Maduro”, disse Capriles. “Tem que vir um relançamento das forças democráticas e uma nova etapa para o futuro”.

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