Mundo

‘Não ameace a nossa soberania’, diz Petro a Trump sobre possível ataque

O presidente dos EUA não descartou um ataque ao território colombiano para supostamente conter o narcotráfico

‘Não ameace a nossa soberania’, diz Petro a Trump sobre possível ataque
‘Não ameace a nossa soberania’, diz Petro a Trump sobre possível ataque
O presidente colombiano Gustavo Petro e o presidente dos EUA, Donald Trump. Foto: Joaquín Sarmiento e Mandel Ngan/AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu nesta terça-feira 2 que os Estados Unidos respeitem a soberania de seu país, ao responder a uma declaração de Donald Trump, que não descartou um ataque ao território colombiano para conter o narcotráfico.

Não ameace a nossa soberania, porque vocês vão despertar a onça. Atacar a nossa soberania é declarar guerra, não prejudique dois séculos de relações diplomáticas”, publicou no X o presidente, em meio a uma crise entre Bogotá e Washington.

Trump havia afirmado, mais cedo, que qualquer país que produza cocaína e venda a droga para os Estados Unidos está “suscetível a ser atacado”.

A Colômbia “está fabricando cocaína, tem instalações de fabricação de cocaína e nos vende cocaína, o que agradecemos muitíssimo”, ironizou o americano. “Qualquer um que faça isso e venda em nosso país está suscetível a ser atacado. Não apenas a Venezuela.”

O primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia critica a ofensiva militar ordenada pelos Estados Unidos em águas próximas e classifica as mortes decorrentes como “execuções extrajudiciais”. Trump, por sua vez, acusa Petro de não fazer o suficiente contra o narcotráfico.

O presidente americano impôs sanções a Petro e retirou a Colômbia da lista de países aliados na luta contra as drogas. Já o colombiano acusa seu par de interferir na política interna, influenciar as eleições presidenciais de 2026, para tirar a esquerda do poder, e ignorar os esforços da Colômbia para combater o narcotráfico.

“Já me caluniou, não continue por aí. Se algum país ajudou a deter milhares de toneladas de cocaína para que os americanos não a consumam, esse país foi a Colômbia”, afirmou Petro, que é mais próximo do presidente venezuelano do que de Trump e se opõe a uma possível invasão de Caracas por governos estrangeiros.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo