Na ONU, Brasil diz que pode receber expulsos da Nicarágua por Ortega

Governo se mostrou preocupado com a série de 'violações de direitos humanos', mas não usou o termo para descrever crimes contra a humanidade

Ortega: vale tudo pelo poder? (Foto: Yamil Lage/AFP)

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O governo brasileiro afirmou, nesta terça-feira 7, diante do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, que receberá nicaraguenses expulsos pelo regime do presidente Daniel Ortega.

“O governo brasileiro recebeu com extrema preocupação a decisão das autoridades nicaraguenses de determinar a perda de nacionalidade de mais de 300 cidadãos nicaraguenses”, disse o embaixador do Brasil no ONU, Tovar da Silva Nunes. “O governo brasileiro se coloca à disposição para receber as pessoas afetadas por esta decisão, nos termos da Lei de Migração brasileira”.

O Brasil defende uma “saída construtiva” para o governo da Nicarágua e não assinou a declaração conjunta dos mais de 50 países que condenam o regime de Ortega.

O plano apresentado pela equipe diplomática brasileira não contempla o aumento de pressão internacional e sanções propostas por outros países contra a Nicarágua.

Como justificativa, o corpo diplomático apontou que as mesmas medidas foram adotadas na Venezuela, mas não surtiram efeito político.

O representante brasileiro evitou usar o termo “crimes contra a humanidade”, para se referir às detenções arbitrárias e tortura contra dissidentes políticos.


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