Uma discussão entre o parlamentar jordaniano Mohammad Shawabka e o ativista político Mansour Seif-Eddine Murad acerca da crise na Síria terminou de uma forma inesperada e quase trágica. Irritado com Murad, que o chamou de “chefe de máfia”, Shawabka arremessou o sapato contra seu adversário (o que é uma ofensa grave no mundo árabe) e depois sacou um revólver que estava em sua cintura. O apresentador do programa intercedeu e, momentos depois, Shawabka guardou a arma.
O debate político foi ao ar ao vivo na noite de quinta-feira 5 no canal privado Josat. A briga começou quando Shawabka acusou Murad de ser um “espião a serviço do regime da Síria” na Jordânia. Murad rebateu afirmando que Shawabka era um “agente do Mossad”, o serviço secreto de Israel, e um “chefe da máfia”. Mohammed Habashna, o apresentador do programa, pediu calma aos dois participantes, mas não teve sucesso. O áudio da briga foi cortado pelos produtores e, em seguida, o programa saiu do ar. “Eu não consegui acreditar”, disse Habashna à Associated Press. “Era como o Velho Oeste, mas faltaram os cavalos no estúdio”, disse.
Murad é parte da enorme comunidade palestina vivendo na Jordânia. Ex-terrorista, ele foi preso em 1969 por conta de um ataque em Atenas que matou uma criança, mas acabou libertado no ano seguinte em troca de reféns. Hoje ele pertence a grupos nacionalistas árabes que defendem o “desafio ao colonialismo ocidental” que, segundo eles, o ditador da Síria Bashar al-Assad mantém.
O levante contra Assad na Síria teve início em 2011 e, até hoje, já deixou mais de 15 mil mortos segundo levantamento das Nações Unidas.