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Musk submete a votação no X a reintegração de funcionário racista
Marko Elez pediu demissão após jornal divulgar links para uma conta com várias postagens racistas e de defesa da eugenia


Elon Musk publicou, nesta sexta-feira 7, uma pesquisa no X perguntando se deve reincorporar um funcionário de seu comitê de eficiência governamental (DOGE) que renunciou no dia anterior após serem reveladas várias de suas publicações racistas.
“Reincorporar o funcionário do @DOGE que fez declarações inapropriadas sob um pseudônimo agora eliminado?”, pergunta o dono da Tesla, SpaceX e X, dando como únicas opções “sim” e “não”.
Às 12h30 de Brasília, mais de 260.000 usuários do X já haviam votado, com 80% a favor.
O funcionário em questão, Marko Elez, pediu demissão na quinta-feira depois que The Wall Street Journal divulgou links para uma conta no X com várias postagens racistas e de defesa da eugenia.
“Só para vocês saberem, eu era racista antes de isso ser legal”, publicou a conta em julho, de acordo com o WSJ.
“Ninguém poderia me pagar para me casar com alguém que não fosse da minha etnia”, escreveu ele em setembro, e também pediu a “normalização do ódio contra os indianos”.
A conta foi excluída em dezembro, antes da posse do presidente Donald Trump. O Wall Street Journal conseguiu visualizar os arquivos salvos online.
Questionada pelo jornal nova-iorquino, a Casa Branca respondeu na quinta-feira que Marko Elez havia se demitido, embora Elon Musk agora pareça querer readmiti-lo em seu Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), encarregado por Trump de cortar os gastos do governo.
O DOGE não tem status federal, o que exigiria a aprovação do Congresso, e nem Elon Musk nem os membros do DOGE são funcionários federais ou oficiais do governo.
Também persiste a incerteza sobre a quem a comissão deve prestar contas.
Marko Elez, de 25 anos, ex-funcionário da SpaceX, estava entre os que recentemente receberam acesso ao sistema de pagamento do Tesouro dos EUA, responsável pela distribuição de trilhões de dólares em fundos federais.
Uma decisão judicial anterior à sua renúncia na quinta-feira restringiu esse poder após protestos de associações e legisladores democratas.
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