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Mulheres correm sem véu no Irã e dirigente esportivo renuncia

O incidente ocorreu após a entrada em vigor, em meados de abril, de um novo plano da polícia para endurecer o controle do uso do véu pelas mulheres, algo obrigatório desde a Revolução Islâmica de 1979

Milhares de pessoas responderam nesta sexta-feira (23) no Irã à convocação das autoridades e foram às ruas para defender o uso do véu e denunciar os "mercenários". Foto: AFP
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O presidente da Federação de Atletismo do Irã pediu demissão neste domingo (7) após a participação de mulheres que não usavam o véu obrigatório em um evento esportivo, anunciou a imprensa estatal.

“Hashem Siami deixou seu cargo devido às controvérsias ligadas a uma competição de corrida de resistência organizada em Shiraz”, uma grande cidade do sul do Irã, informou a agência Irna.

De acordo com imagens divulgadas pela imprensa iraniana, algumas mulheres participaram da prova sem usar o véu na sexta-feira (5).

O incidente ocorreu após a entrada em vigor, em meados de abril, de um novo plano da polícia para endurecer o controle do uso do véu pelas mulheres, algo obrigatório desde a Revolução Islâmica de 1979.

O promotor da província de Fars, onde fica Shiraz, anunciou vai convocar os organizadores do evento para receber “explicações”.

Siami declarou à Irna que a federação não era organizou a competição e que as mulheres que não usavam o véu não integravam da equipe de atletas de sua federação.

Nos últimos meses, cada vez mais mulheres aparecem em locais públicos sem o véu, sobretudo após o início dos protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini em setembro. Amini estava presa por ter violado o rígido código de vestimenta.

Pelo menos quatro atrizes famosas foram interrogadas pelas autoridades na semana passada, depois que apareceram em público em Teerã sem o véu obrigatório.

Em 16 de abril, as autoridades indicaram que mais de 150 estabelecimentos comerciais foram fechados em 24 horas porque suas funcionárias não respeitaram a exigência do véu.

Em Shiraz, a polícia anunciou a detenção há mais de um ano de várias jovens que participaram com a cabeça descoberta de um evento de skate, assim como os organizadores do evento.

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