Mujica renuncia ao Senado e se aposenta da política

Pandemia do coronavírus precipitou a decisão do ex-presidente, de 85 anos, que sofre de uma doença autoimune

O ex-presidente uruguaio José Mujica (Rubens Fraulini/Itaipu Binacional)

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O ex-presidente uruguaio José Mujica (2010-2015) renunciou nesta terça-feira 20 a sua cadeira no Senado, o que significa sua aposentadoria da vida política ativa.

 

 

 

A pandemia de coronavírus precipitou a decisão do ex-presidente, de 85 anos, que sofre de uma doença autoimune.

“Esta situação me obriga, com muito pesar, por minha profunda vocação política, a solicitar que se tramite minha renúncia à cadeira que os cidadãos me concederam”, escreveu Mujica, em uma carta lida em sessão extraordinária do Senado.


“Isto não significa o abandono da política, mas sim o abandono da primeira fila por entender que um dirigente é aquele que deixa pessoas que o superam com vantagem. Vou agradecido, com muitas recordações e profunda nostalgia. A pandemia me derrubou”.

Mujica, um dos principais líderes da esquerdista Frente Ampla (FA) e que se tornou presidente do país, sendo um dos políticos mais populares e que também enfrentou mais resistência no país por seu passado guerrilheiro, teve uma enorme projeção internacional.

Seu estilo distante dos protocolos e seus discursos em plataformas globais voltados para valores humanos pouco usuais na linguagem política o transformaram em um personagem procurado pela imprensa de todo o mundo.

Ele não se aposenta sozinho. Nesta terça-feira, outro presidente também deve apresentar a renúncia ao Senado: Julio María Sanguinetti (1985-1900 e 1995-2000), do Partido Colorado (PC, centro).

 

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