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Moscou é alvo de ataques com drones; Kiev enfrenta novos bombardeios

O ataque de drones contra Moscou, o mais intenso desde o início do conflito na Ucrânia em fevereiro de 2022, aconteceu após várias séries de bombardeios contra Kiev em poucos dias

This handout picture posted on April 20, 2023 on the official Telegram account of Belgorod mayor Valentin Demidov shows damage after an explosion in the city. - Russian authorities reported on April 20, 2023 an explosion in the city of Belgorod near the border with Ukraine, saying the blast left a massive crater in the city centre. The Belgorod region, including the city of the same name, has been repeatedly hit by shelling since President Vladimir Putin sent troops to Ukraine in February, 2022. (Photo by Handout / TELEGRAM / @v_v_demidov / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / TELEGRAM / @v_v_demidov / handout" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS
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A Rússia anunciou nesta terça-feira 30 que derrubou oito drones ucranianos lançados contra Moscou e sua região, uma “resposta” da Ucrânia aos recentes bombardeios contra Kiev, de acordo com o Kremlin.

“É claro que falamos de uma resposta por parte do regime de Kiev aos nossos ataques muito eficazes contra um de seus centros de comando”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

O ataque de drones contra Moscou, o mais intenso desde o início do conflito na Ucrânia em fevereiro de 2022, aconteceu após várias séries de bombardeios contra Kiev em poucos dias. Uma pessoa morreu no ataque mais recente, na madrugada de terça-feira.

Embora a incursão em Moscou tenha deixado duas pessoas levemente feridas e provocado danos “menores”, segundo as autoridades, o ataque na capital russa, muito protegida e distante da frente de batalha, tem um grande impacto psicológico no país.

Peskov disse que o presidente Vladimir Putin foi informado em “tempo real” pelo ministério da Defesa, a prefeitura de Moscou, pelo governador da região e pelo ministério das Situações de Emergência.

“Não há ameaça no momento para os habitantes de Moscou e sua região”, declarou o porta-voz.

Os oito drones foram neutralizados pelas baterias de defesa antiaérea e sistemas de guerra eletrônica, anunciou o ministério da Defesa.

Valentin Yemelyanov, que mora no sudoeste de Moscou, perto de um dos locais atingidos, declarou à AFP que “não há pânico” em seu bairro e que a defesa antiaérea russa “funciona bem”.

“Estamos tranquilos”, disse o trabalhador do setor de tecnologia, de 50 anos. Ele afirmou que o ataque “não surpreendeu”, levando em consideração a escalada do conflito.

Correspondentes da AFP observaram um prédio com as janelas quebradas e com o acesso isolado pela polícia.

Alguns moradores retirados dos edifícios próximos tomavam chá em uma escola próxima e assistiam um antigo filme soviético.

Bombardeios em Kiev

“Todos os serviços de emergência da cidade foram acionados (…) Ninguém ficou gravemente ferido até o momento”, afirmou o prefeito da capital russa, Serguei Sobianin.

A ação contra Moscou acontece em um momento de multiplicação dos ataques em território russo. Na semana passada aconteceu uma grande incursão na região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia.

Kiev, que há várias semanas afirma estar concluindo os preparativos de uma grande contraofensiva para recuperar o território tomado pelas forças russas, não reivindicou nenhum ataque.

Mikhailo Podolyak, conselheiro da presidência ucraniana, afirmou nesta terça-feira que a Ucrânia não tem nenhum “vínculo direto” com o ataque em Moscou.

Pouco antes do anúncio do ataque com drones em Moscou, a Ucrânia relatou um novo “ataque em larga escala” contra Kiev durante a noite, o terceiro em apenas 24 horas.

A Força Aérea ucraniana anunciou que derrubou 29 de 31 drones explosivos de fabricação iraniana, “quase todos perto da capital e no céu de Kiev”.

Uma pessoa morreu e 11 ficaram feridas nos bombardeios, informou o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko.

Vários mísseis russos foram lançados durante a segunda-feira contra Kiev, o que provocou cenas de pânico nas ruas, após uma noite de bombardeios. Muitos moradores procuraram abrigos subterrâneos, em particular as estações de metrô.

Aumento dos ataques

Em Kiev e outras cidades ucranianas, as explosões são parte do dia a dia dos habitantes. Porém, Moscou e as localidades próximas raramente foram alvos de ataques desde o início do conflito.

As imagens publicadas nas redes sociais mostram vestígios de fumaça no céu. Outras mostram uma janela destruída em um edifício.

Testemunhas citadas pelas agências de notícias russas afirmaram que um drone “entrou em um apartamento” no 14º andar de um edifício residencial.

Os moradores dos dois edifícios que foram evacuados já retornaram para seus apartamentos, informou Sobianin.

O Comitê de Inquérito da Rússia, responsável pelas principais investigações no país, informou em um comunicado que está analisando a queda de drones em Moscou e afirmou que vários aparelhos foram derrubados quando se aproximaram da capital.

Moscou e sua região, a mais de 500 quilômetros da fronteira ucraniana, quase não registraram ataques com drones, mas este tipo de operação foi registrada com mais intensidade nas últimas semanas em outras áreas do território russo.

No início de maio, dois drones foram derrubados sobre o Kremlin, sede do poder russo, em um ataque atribuído à Ucrânia.

Também foram registrados ataques de drones contra bases militares e infraestruturas de energia na Rússia.

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