Mundo
Morre Mario Tronti, filósofo que renovou o pensamento operário italiano
O intelectual lecionou na Universidade de Siena e foi senador em duas oportunidades
Morreu na última segunda-feira 7 em Ferentillo, na Itália, o filósofo e ex-senador Mario Tronti, aos 92 anos. A causa da morte não foi divulgada.
Membro longevo do Partido Comunista Italiano, Tronti foi um dos teóricos do “operaísmo”, corrente marxista surgida na década de 1960 e que renovou o movimento operário após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Uma das plataformas de divulgação das ideias de Tronti foi a revista Quaderni Rossi (Cadernos Vermelhos, em italiano), criada por Raniero Panzieri em 1961. Nela, Tronti desenvolveu as ideias de outros dois importantes pensadores do movimento operário, Antonio Negri e Michael Hardt, para conceber a noção de que as mudanças no capitalismo decorrem, fundamentalmente, da luta de classes.
Em seguida, Tronti fundou, em 1964, a revista Classe Operaia, na qual adotou uma linha intelectual mais incisiva do que aquela aplicada em publicações anteriores. Em síntese, Tronti passou a defender uma atuação política independente dos órgãos tradicionais de representação de classes, como os sindicatos.
Nos anos 1960, a produção intelectual de Tronti se direcionou a uma postura mais autônoma da classe operária italiana e europeia. Foi nesse período que Tronti publicou a obra Operai e Capitale, que não foi traduzida para o português. O livro se tornou um clássico da produção intelectual italiana, especialmente por ter sido capaz de atualizar conceitos básicos do marxismo e uni-los a noções desenvolvidas pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche.
Tronti foi professor da Universidade de Siena por mais de três décadas. No campo político institucional, exerceu o mandato de senador em duas oportunidades: entre 1992 e 1994 e entre 2013 e 2012, ambas pelo Partido Democrata.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.