Morre Juanita Castro, irmã e opositora de ex-líderes cubanos Fidel e Raúl

Ela colaborou até com a CIA, sob o pseudônimo 'Donna', nos planos para derrubar o regime surgido após a Revolução Cubana

Juanita Castro, irmã dos revolucionários cubanos Fidel e Raúl Castro. Foto: Wikimedia Commons

Apoie Siga-nos no

Juanita Castro, a irmã mais nova dos ex-líderes cubanos Fidel e Raúl, aos quais se opôs por décadas, faleceu nesta segunda-feira 4, aos 90 anos, em Miami, conforme informado por uma jornalista próxima à família.

“Hoje, nos deixou Juanita Castro, uma mulher excepcional, lutadora incansável pela causa de sua Cuba que tanto amava”, escreveu Maria Antonieta Collins, autora das memórias da falecida, que vivia em Miami desde a década de 60.

Juanita Castro deixou Cuba em 1964 após romper com seus irmãos Fidel – falecido em Havana em 2016 – e Raúl, devido a desacordos sobre a direção que a Revolução estava tomando. Ela se exilou em Miami, de onde denunciou publicamente o trabalho de seus irmãos à frente da ilha e colaborou até com a CIA, sob o pseudônimo “Donna”, nos planos para derrubá-los, conforme ela mesma confessou.

Na cidade da Flórida, a caçula dos Castro abriu uma farmácia, onde trabalhou por décadas.

Seu duplo papel de irmã dos líderes da Cuba comunista e membro do exílio na Flórida foi algo difícil de lidar, como ela contou em suas memórias, intituladas Fidel e Raúl, meus irmãos – a história secreta.

“Sem dúvida, sofri mais do que o resto do exílio porque em nenhum lugar do estreito da Flórida me dão trégua, e poucos são os que compreendem a paradoxo da minha vida”, escreveu. “Para os de Cuba, sou uma desertora porque saí e denunciei o regime estabelecido. Para muitos em Miami, sou uma pessoa ‘non grata’ por ser a irmã de Fidel e Raúl.”


De acordo com a Univisión, Juanita Castro faleceu de causas naturais em um hospital de Miami.

“Sua irmã Emma e sua família estendida pedem privacidade neste momento tão doloroso. Não haverá entrevistas e, de acordo com sua vontade, seu funeral será privado”, escreveu Maria Antonieta Collins em sua publicação no Instagram.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.