Mundo

Gaza enfrenta pior escalada de violência dos últimos quatro anos

Exército israelense respondeu com ataques aéreos aos disparos de dezenas de foguetes palestinos, aumentando o temor de um novo conflito na região

Gaza enfrenta pior escalada de violência dos últimos quatro anos
Gaza enfrenta pior escalada de violência dos últimos quatro anos
Palestinos inspecionam região atingida na Faixa de Gaza
Apoie Siga-nos no

Palestinos e israelenses enfrentam a pior escalada de violência desde a guerra ocorrida em 2014 na Faixa de Gaza. Ao menos 400 foguetes palestinos foram lançados desde a tarde de segunda-feira 12 contra áreas de Israel, que reagiu com bombardeios a 150 posições dos movimentos palestinos Hamas e Jihad Islâmica, em Gaza.

O balanço parcial da onda de violência aponta cinco palestinos mortos e nove feridos pelos ataques israelenses. Em Israel, as autoridades contabilizaram um morto, também palestino, na cidade de Ashkelon, embora não se saiba até o momento o que ele fazia no local.

O governo isralense indica que vários cidadãos ficaram feridos pelos estilhaços dos foguetes palestinos. Sirenes de alerta tocaram diversas verezes durante a madrugada desta terça-feira 13, obrigando civis a buscar proteção nos abrigos subterrâneos. As escolas estão fechadas em várias localidades próximas da fronteira entre os dois territórios por medida de segurança.

Leia também: Ministro israelense descarta investigação sobre mortes em Gaza

Provável incursão de soldados israelenses
   
Na segunda-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu realizou uma reunião com o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, e com autoridades de segurança. A origem dessa escalada parece estar em uma incursão de soldados que terminou mal.
   
O Exército israelense falou de uma operação de Inteligência e negou que se tratasse de uma tentativa de assassinar, ou de capturar palestinos, como alega o Hamas.
   
Segundo as brigadas Ezzedin al-Qassam, soldados israelenses à paisana avançavam no território de Gaza a bordo de um veículo civil, quando foram parados por uma patrulha no leste de Khan Yunis. Qualquer infiltração israelense no território submetido a um rigoroso bloqueio representa uma missão de alto risco.

Confronto maior

Com a nova escalada de violência, o Exército de Israel mobiliza reforços, enquanto as brigadas palestinas de Al-Qassam também se preparam para um confronto maior. O premiê israelense declarou que “não recuará diante de uma guerra”, se ela for necessária, mas buscará evitá-la, “se não for indispensável”.

O enviado especial da ONU, Nickolay Mladenov, afirmou, por sua vez, que continua a trabalhar com o Egito para afastar Gaza da “beira do abismo”. “A escalada das últimas 24 horas é extremamente perigosa”, tuitou, acrescentando que “moderação deve ser demonstrada por todos”.

Analistas já temem uma quarta guerra entre o grupo Hamas e Israel em 10 anos. Desde março, quando as tensões começaram a se intensificar entre os dois lados, dois militares israelenses morreram em ataques de Gaza e pelo menos 231 palestinos foram abatidos por tiros israelenses.


Leia mais na RFI:
“Moro adere ao programa repressivo de Bolsonaro”, diz Le Monde
Política externa de governo Bolsonaro deve priorizar relações com países ricos

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo