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Ministério Público peruano anuncia sexta investigação contra presidente Castillo

Segundo o Ministério Público, ‘o objeto da investigação refere-se a concessões de obras nas províncias de Chota-Cajamarca e Cajatambo-Lima’

O presidente do Peru, Pedro Castillo. Foto: Presidencia Perú
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O Ministério Público do Peru anunciou, nesta quinta-feira 11, a abertura de uma nova investigação, a sexta, contra o presidente do país, Pedro Castillo, e seu ex-ministro da Habitação por suposta corrupção na concessão de obras públicas.

“A Procuradora da Nação decidiu iniciar uma investigação preliminar contra o Presidente da República, Pedro Castillo, e Geiner Alvarado, na qualidade de Ministro da Habitação, por suposto crime contra a tranquilidade pública, na modalidade de organização criminosa”, informou o Ministério Público em mensagem no Twitter.

Segundo o Ministério Público, “o objeto da investigação refere-se a concessões de obras nas províncias de Chota-Cajamarca e Cajatambo-Lima”.

Relacionado a este caso, a cunhada do presidente Yenifer Paredes, os irmãos empresários Hugo e Anggi Espino e o prefeito de Anguía (Cajamarca), José Nenil Medina, foram detidos esta semana para investigações.

O MP acusa esse grupo de formar uma rede de corrupção e lavagem de dinheiro dirigida pelo presidente peruano.

O caso aberto inclui, pela primeira vez, Alvarado, que, no momento da concessão das obras sob suspeita, em outubro de 2021, era o titular da pasta de Habitação. Há duas semanas, Castillo o trocou de setor e o nomeou ministro dos Transportes.

Na semana passada, uma equipe especial de promotores interveio nos municípios de Anguía e Cajatambo para recolher informações sobre as obras públicas licitadas aos irmãos Espino, a quem relacionam com a cunhada do presidente Castillo.

Paredes se entregou nesta quarta-feira depois que as autoridades invadiram o Palácio do Governo e a casa de Castillo em Cajamarca procurando por ela.

O presidente peruano é alvo de outras cinco investigações do MP, das quais quatro são por suspeita de participação em organização criminosa.

Congresso vs Castillo

Castillo, que está há um ano no cargo para o qual foi eleito até 2026, vive sob cerco do MP por suspeita de corrupção e assédio persistente de um Congresso dominado pela direita, que exige sua renúncia.

O governo criticou o Congresso e o MP pelas diligências no Palácio de Governo e na residência familiar de Castillo.

“Rechaçamos as declarações e a incitação da violência realizadas pelo presidente Pedro Castillo e pelo primeiro-ministro Aníbal Torres, que, constantemente, vêm fazendo ataques contra a instituição e o Estado de Direito”, declarou hoje a presidente do Congresso, Lady Camones.

“Em situações como esta, na qual, pela primeira vez, temos um presidente em exercício como alvo de seis investigações, o que se espera do Executivo é uma atitude de colaboração com a Justiça”, acrescentou a titular do parlamento.

Até agora, Castillo sobreviveu a duas tentativas de destituição “por incapacidade moral” promovidas por um grupo de legisladores descontentes com o seu mandato, ajudado pela grande fragmentação do Congresso.

As outras 5 investigações

Desde outubro de 2021, o Ministério Público abriu cinco investigações contra Castillo, das quais apenas uma se refere a um caso anterior à sua eleição.

Os casos contemplam suposto tráfico de influência na compra de combustível pela estatal Petroperu em 2021 e suposta obstrução de justiça na destituição de um ministro de Interior.

Além disso, há suspeita de tráfico de influência em um expediente de promoções militares; de corrupção e conluio agravado em um projeto de obra pública, e por plágio em sua dissertação de mestrado. O presidente nega veementemente todas as acusações.

“Não tenho nada a ver com atos irregulares e de corrupção. Sou um homem honesto e sempre defenderei minha honra e inocência”, escreveu Castillo no Twitter em 17 de junho.

O MP, por sua vez, considera que há indícios de que Castillo lidera “uma organização criminosa” envolvendo seu entorno político e familiar.

Não obstante, não pode levá-lo ao banco dos réus pois ele goza de imunidade até o fim de seu mandato em 2026.

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