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Ministério Público da Venezuela convocará candidato da oposição para investigação criminal

Edmundo González Urrutia será chamado a prestar declarações sobre um site usado para publicar atas eleitorais

Ministério Público da Venezuela convocará candidato da oposição para investigação criminal
Ministério Público da Venezuela convocará candidato da oposição para investigação criminal
Edmundo Gonzalez durante votação na Venezuela. Foto: RAUL ARBOLEDA / AFP
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O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, informou nesta sexta-feira 23 que convocará para depor o candidato da oposição Edmundo González Urrutia, contra quem está pendente uma investigação criminal após denunciar fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho.

“Nas próximas horas, o cidadão Edmundo González Urrutia será intimado por este Ministério Público com base na investigação em curso para que possa prestar declarações sobre a sua autoria (…) da página que usurpou nada mais e nada menos que os poderes que só correspondem ao Poder Eleitoral”, disse o procurador em declarações à imprensa.

Ele se referiu a um site no qual a oposição publicou cópias das atas eleitorais que, segundo a oposição, comprovam a derrota do presidente Nicolás Maduro.

Saab culpa González Urrutia e a líder da oposição María Corina Machado pelos atos de violência nos protestos que deixaram 27 mortos – dois deles militares –, quase 200 feridos e mais de 2.400 detidos.

“Tem que vir a esta convocação para falar consequente e sucessivamente sobre a sua responsabilidade antes do 28 de julho, durante o 28 de julho e depois do 28 de julho pela sua contumácia, pela sua desobediência às autoridades legitimamente constituídas”, acrescentou o responsável. “Ele vai ter que dar a cara”, frisou.

Em 5 de agosto, o Ministério Público anunciou a abertura de uma investigação contra González e Machado por “instigação à insurreição”, entre outros crimes, depois de estes terem pedido às Forças Armadas que cessassem a “repressão” aos protestos e virassem as costas a Maduro, em uma carta aberta nas redes sociais.

González Urrutia não aparece em público desde 30 de julho, quando participou de uma manifestação da oposição. Limita-se a fazer publicações nas redes sociais. Maduro pediu pena de prisão para ele e Machado.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro reeleito para um terceiro mandato de seis anos (2025-2031), com 52% dos votos. A oposição afirma que González Urrutia venceu com 67% dos votos, segundo cópias das atas que publicou no site, mas que o chavismo afirma serem “forjadas”.

Diante de um recurso interposto por Maduro, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) validou os resultados na quinta-feira e acusou González Urrutia de “desacato” por se recusar a comparecer às audiências do “processo de perícia” de material eleitoral. O tribunal anunciou que enviaria sua decisão à Saab para “sanções”.

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