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Militares tentam dar golpe de Estado no Gabão

Grupo invade emissora estatal e anuncia criação de conselho. Presidente está fora do país, mas governo diz que situação está sob controle

(Foto: Steve Jordan)
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Um grupo de militares tomou nesta segunda-feira 7 a rádio e televisão estatal do Gabão para anunciar um golpe de Estado no país do oeste africano, um grande produtor de petróleo.

O grupo anunciou o estabelecimento de um “conselho nacional da restauração” com o objetivo de “salvar do caos” o país africano. O presidente Ali Bongo Ondimba está fora do país desde outubro para tratamento médico. A família Bongo governa o Gabão há cerca de 50 anos.

“É hora de tomar o nosso destino nas nossas mãos, chegou a hora do dia tão esperado. Este dia em que o Exército decidiu se colocar do lado do seu povo para salvar o Gabão do caos”, declarou o tenente Kelly Ondo Obiang, líder dos rebeldes.

Enquanto Ondo Obiang lia esse discurso, tiros foram ouvidos na capital, Libreville. A internet foi cortada. As ruas da cidade estão sendo patrulhadas por tanques e veículos armados.

Já o governo declarou que a situação está sob controle e que a maioria dos golpistas foi presa. Segundo o governo, cinco militares invadiram as emissoras estatais, e quatro foram detidos. Ondo Obiang está foragido, declarou um porta-voz.

A tentativa de golpe acontece uma semana depois de Bongo Ondimba fazer um discurso à nação direto de Rabat, no Marrocos, onde se recupera de problemas de saúde que o mantém afastado da presidência desde outubro.

Leia também: Declarações de Bolsonaro e desinteresse econômico afastam a África

Esse discurso de Ano Novo “reforçou as dúvidas” sobre a capacidade de Bongo de continuar no poder ” ao encenar um paciente sem muitas das suas faculdades físicas e mentais”, afirmou Ondo Obiang, que se apresentou como comandante adjunto da Guarda Republicana e presidente de um grupo até então desconhecido, o Movimento da Juventude Patriótica das Forças de Defesa do Gabão.

Ele conclamou os gaboneses a se unirem à revolta e lhes pediu para reunir armas e munição, assim como tomar pela força os meios de transporte e aeroportos para “salvar a democracia em perigo e preservar a integridade do território nacional”.

Bongo, de 59 anos, está no poder desde 2009 e ficou doente em outubro passado. Ele foi internado num hospital de Riad, na Arábia Saudita, em 24 de outubro, e está em recuperação no Marrocos. Segundo a presidência, ele está com “fadiga severa”.

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