Milhares voltam às ruas de Israel para protestar contra reforma judicial de Netanyahu

Não bastou a suspensão da análise da reforma para acalmar os ânimos

Foto: JACK GUEZ / AFP

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Pela 13ª semana consecutiva, milhares de israelenses foram às ruas de Tel Aviv e de outras cidades neste sábado 1° para protestar contra uma reforma judicial que pode aumentar o poder do Parlamento e do primeiro-ministro de Israel. O projeto, que estava em análise no Parlamento, foi adiado na última segunda-feira 27 por Benjamin Netanyahu.

Não bastou a suspensão da análise da reforma judicial para abertura do diálogo entre a coalizão do governo e representantes dos partidos opositores para acalmar os ânimos da população, que protesta semanalmente desde janeiro.

Carregando bandeiras do país, milhares de israelenses marcharam na noite deste sábado novamente pelo centro da capital comercial de Israel. Por volta das 21h (horário local), o jornal The Times of Israel informava que mais de 160 mil pessoas estavam nas ruas apenas de Tel Aviv.

Aos gritos de “democracia”, os manifestantes mostravam cartazes de críticas ao governo de extrema direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

A reforma proposta pelo governo de Netanyahu reduziria a autoridade da Suprema Corte de Israel e daria aos políticos maiores poderes sobre a seleção dos juízes, o que, segundo os opositores, colocaria em risco a democracia israelense.

Uma difícil negociação


Na segunda-feira, Netanyahu anunciou uma “pausa” na aprovação da reforma no Parlamento. A análise dos projetos de lei ficaria suspensa e voltaria apenas à sessão parlamentar após a Páscoa judaica, que termina no dia 13 de abril.

A suspensão da reforma foi uma resposta a uma greve geral anunciada horas antes, em protesto contra a demissão do Ministro da Defesa Yoav Gallant por pedir exatamente tal pausa.

Na terça-feira, representantes da maioria dos partidos do Parlamento haviam iniciado conversações na residência do Presidente Isaac Herzog para tentar formular legislação que fosse aceita por partidos de todo o espectro político. No entanto, especialistas e comentaristas políticos consideram difícil o sucesso dessa negociação.

Enquanto isso, Netanyahu não apresentou a Gallant a carta de demissão exigida por lei. O ministro da Defesa continua em suas funções.

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