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Milhares de pessoas protestam nos EUA pelo direito ao aborto antes de eleições-chave

A Suprema Corte em junho encerrou décadas de proteção federal dos direitos ao aborto, deixando para cada estado definir seus próprios padrões

Milhares de pessoas protestam nos EUA pelo direito ao aborto antes de eleições-chave
Milhares de pessoas protestam nos EUA pelo direito ao aborto antes de eleições-chave
Manifestante em Washington reforça que aborto é questão de saúde pública. Foto: Jose Luis Magana/AFP
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Milhares de pessoas se reuniram em cidades dos Estados Unidos no sábado 8 para protestar contra a derrubada do direito federal ao aborto pela Suprema Corte e para pedir aos eleitores que aderem a uma “onda azul” democrata nas eleições-chave de meio de mandato, em novembro.

Em Washington, uma multidão composta principalmente de mulheres gritava “não vamos retroceder” enquanto marchavam com cartazes pedindo um “tsunami feminista” e para que as pessoas “votem para salvar os direitos das mulheres”.

“Não quero ser obrigada a voltar para uma época diferente”, disse à AFP Emily Bobal, uma estudante de 18 anos.

“É um pouco ridículo que ainda tenhamos que fazer isso em 2022”, continuou, acrescentando que teme que a Suprema Corte, dominada pelos conservadores, tenha como alvo agora o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Vários manifestantes usavam braçadeiras ou lenços verdes, cor que simboliza o direito ao aborto. Outros usavam azul – a cor do Partido Democrata – com enormes bandeiras e faixas pedindo uma simbólica “onda azul” de eleitores para ir às urnas em 8 de novembro.

Alguns apareceram e fizeram uma contra-manifestação exortando a multidão a “encontrar Jesus Cristo”, enquanto outros gritavam que “aborto é assassinato”. Eles foram recebidos com vaias.

Comícios semelhantes ocorreram em cidades como Nova York e Denver.

Pesquisas mostram que os democratas têm apenas uma pequena chance de manter o controle da Câmara Baixa, mas suas chances são melhores no Senado, igualmente dividido, onde a vice-presidente democrata, Kamala Harris, tem o voto de desempate.

Enquanto os republicanos fizeram campanha principalmente em torno do aumento dos preços, contra a imigração e o crime, os democratas liderados pelo presidente Joe Biden querem mudar o debate para o direito ao aborto e a defesa da democracia.

A Suprema Corte em junho encerrou décadas de proteção federal dos direitos ao aborto, deixando para cada estado definir seus próprios padrões.

Desde então, vários estados liderados por republicanos proibiram ou restringiram severamente o acesso ao procedimento, provocando uma série de processos legais.

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