Mundo
Milhares de pessoas pedem em Nova York o fim dos combustíveis fósseis
Protestos ocorreram próximo ao local da Assembleia Geral da ONU, que reúne mais de 140 líderes mundiais


De olho na presença de mais de 140 líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU, que acontece nesta semana, milhares de pessoas se reuniram neste domingo em Nova York para pedir o fim dos combustíveis fósseis, diante da emergência das mudanças climáticas.
Pessoas de todas as idades caminharam por 2 km e terminaram em frente à sede das Nações Unidas. “Estamos aqui para exigir que o governo declare a emergência climática”, pediu Analilia Mejía, codiretora do Centro para a Democracia Popular, uma das cerca de 700 organizações que participam da iniciativa para eliminar esse tipo de combustível, altamente poluente e principal causa do aquecimento global.
Um relatório da ONU sobre o clima divulgado na última sexta-feira aponta que a humanidade deve atingir o pico das suas emissões de CO2 em 2025 se quiser enfrentar a crise climática.
“O problema é tão grave que precisamos acordar e tomar medidas imediatas”, advertiu Analilia, 46. Outra jovem líder das mudanças climáticas, Nalleli Cobo, 22, ressaltou o poder dos indivíduos “de exigir que se garanta um futuro habitável não apenas para a geração atual, mas também para as futuras”.
Foto: Leonardo Munoz / AFP
Nalleli disse que convidaria os líderes a “passar 24 horas” em sua casa, no sul da Califórnia, perto de um poço de petróleo e gás. “Garanto que eles verão o petróleo de outra forma”, afirmou à AFP a jovem, que teve câncer de ovário aos 19 anos e atribui a doença ao “ar tóxico” que respirou. “Nossas vidas estão em jogo.”
O secretário-geral da ONU, António Guterres, convocou para o próximo dia 20, durante a Assembleia Geral, a Reunião de Cúpula de Ambição Climática, com a qual espera acelerar as ações de governos, empresas, autoridades locais e sociedade civil para reduzir esse problema.
“A História lembrará a sua ação ou falta de ação. Se tivermos sorte, os seres humanos estarão por aqui para lembrar o que fizeram nessa reunião de cúpula”, declarou Analilia Mejía.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Do começo ao fim
Por Mino Carta
Distopia
Por Sergio Lirio
Greta Thunberg será julgada novamente por suas ações climáticas
Por AFP
O papel do Ibama na discussão sobre a extração de petróleo no Amazonas, segundo o presidente do órgão
Por CartaCapital
Pena frágil para crimes ambientais boicota preservação mais eficaz da Amazônia, diz presidente do Ibama
Por CartaCapital