Mundo
Milhares de manifestantes pedem em Madri cessar-fogo em Gaza
Não ignorem o sofrimento palestino’ e ‘as chamas não mentem’, diziam alguns dos cartazes da marcha


Milhares de pessoas foram às ruas de Madri, neste domingo 29, com bandeiras palestinas e cartazes, para pedir um cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.
Entre os manifestantes – cerca de 35 mil , segundo as autoridades, – estavam vários ministros do governo interino de esquerda, como a ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, número três do gabinete do socialista Pedro Sánchez.
“Todos pedimos o cessar-fogo imediato em Gaza. É um apelo que se faz de todo o mundo. Pedimos o cessar-fogo e que se faça com urgência”, declarou Díaz, líder do partido de esquerda radical Sumar.
A manifestação partiu da praça de Atocha, no centro da capital espanhola, e chegou à Praça Espanha, a dois quilômetros de distância, com os manifestantes gritando palavras de ordem como “Liberdade para a Palestina!”.
“Tenho família em Gaza e tenho família na Cisjordânia, em Belém, e estou muito preocupada com a minha família, porque não tenho nenhum contato com eles há quase dois dias”, disse à AFP Nisrin Mashal, uma professora de 45 anos.
Israel bombardeia incessantemente a Faixa de Gaza desde 7 de outubro, em represália contra o ataque de comandos do Hamas, que mataram pelo menos 1,4 mil pessoas, em sua maioria civis, e sequestraram cerca de 230, segundo balanços israelenses.
Por sua vez, os bombardeios israelenses em Gaza deixaram mais de 8 mil mortos, a metade deles crianças, de acordo com o ministério da Saúde do governo do Hamas no território palestino.
Na sexta-feira, a ofensiva israelense entrou em uma nova fase, com incursões terrestres e uma intensificação dos bombardeios.
“Não ignorem o sofrimento palestino” e “as chamas não mentem”, diziam alguns dos cartazes da marcha de Madri.
“Estamos compartilhando esse sofrimento que o povo palestino está passando e esperamos daqui que possam conseguir o objetivo final, que é o que sempre tiveram, de ter um Estado próprio, de viver em seu próprio Estado”, disse Emilio González, um consultor de tecnologia da informação.
Entre os ministros presentes estavam, além de Díaz, a titular da pasta de Igualdade, Irene Montero, da do Consumo, Alberto Garzón, e de Direitos Sociais, Ione Belarra.
Milhares de pessoas participaram, neste domingo, de outra marcha pró-Palestina em Valência (leste).
Durante o fim de semana, manifestações similares foram realizadas em vários países europeus, entre eles Grécia, Reino Unido, França e Suíça, e também em Nova York.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.